Por erro, voo da BA é obrigado a decolar duas vezes antes de seguir ao seu destino

Parece que a pandemia da Covid-19 está deixando todo mundo louco. Na sexta-feira (27) um voo da British Airways (BA) com destino a Nairobi, no Quênia, retornou a Londres por que todos achavam que o espaço aéreo no destino estava fechado. Entenda a história.

Como todos os dias, o voo BA65 da British Airways deixou o aeroporto internacional de Heathrow, em Londres, às 10h15 da manhã.

A decolagem aconteceu normalmente e os pilotos acertaram a rota da aeronave para seguir o plano de voo rumo a Nairóbi. No entanto, depois de voar por uma hora e 40 minutos, o voo aterrissou em Heathrow novamente, de onde partiu para o Quênia mais uma vez, menos de uma hora depois. 

Segundo informações obtidas no FlightRadar24, é possível observar o Boeing 777 de matrícula G-RAES fazendo a meia-volta e retornando a Londres, quando já estava perto de Frankfurt, na Alemanha. 

O piloto teria dito ao controlador de tráfego aéreo (ATC) que a tripulação havia recebido uma mensagem informando que as autoridades quenianas não permitiriam o acesso do BA65 no espaço aéreo do país, conforme relatado por uma NOTAM do aeroporto. Nessa semana, a IATA listou o Quênia como um país que suspendeu a entrada de voos internacionais em 25 de março. 

O pouso aconteceu às 12h15 da capital inglesa e a aeronave estacionou em uma área remota do aeroporto. No entanto, o avião não passou muito tempo no solo. Como os próprios dados do FR24 mostram, às 13:15, exatamente uma hora após ter retornado, o BA65 decolou de novo em direção a Nairóbi. 

Que voo era esse

O site da companhia aérea classifica a partida tardia como um atraso e não faz referência à primeira etapa da viagem (Londres-Londres). Mas o site My London News dá mais pistas sobre a operação, informando que tratava-se de um voo humanitário para resgatar britânicos presos no Quênia e que, portanto, o avião estava vazio na ida.

Pelo jeito, faltou comunicação entre as pessoas na empresa aérea, já que o voo, apesar de ser regular, naquele dia tinha a missão especial de resgate e, portanto, tinha autorização para seguir viagem sem precisava queimar uma hora e quarenta minutos de combustível inutilmente.

Em meio ao surto de coronavírus COVID-19 e ao crescente número de países que fecham suas fronteiras para conter a propagação do vírus, várias aeronaves foram vistas mudando de rumo durante as últimas semanas, como mostra a história abaixo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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