Por falta de taxiways no aeroporto, avião teve que ir voando até a pista de onde iria decolar

A situação inusitada aconteceu com o Embraer E195-E2 Tech Lion, durante o Singapore Airshow da semana passada. Antes de partir para seu próximo compromisso, o avião precisou voar de uma pista até a outra do mesmo aeroporto, de onde iria decolar. Tudo porque não há ligações por terra entre elas.

O aeroporto internacional de Changi, em Cingapura, não recebeu o apelido de “joia” por acaso. Seus premiados terminais são reconhecidos internacionalmente como uma maravilha da engenharia e da arquitetura, com jardins cenográficos e uma cascara indoor de fazer qualquer um ficar boquiaberto.

Mas, curiosamente, um dos mais modernos e fascinantes terminais do mundo, não possui uma ligação por terra entre o seu centro de exibições, onde acontece a feira aeronáutica do Singapore Airshow, o terminal principal e suas pistas principais.

Note no mapa abaixo, como os terminais (1) e o centro de exibições (2) estão desconetados por terra. Apesar da imagem de radar não dar uma noção real, a distância em linha reta entre a pista do Centro de Exibições e a pista principal mais a leste (2R/20L) é de cerca de 2 km.

A ideia de manter as operações separadas é excelente, já que, durante o evento aeronáutico, é esperado que os aviões usem apenas a pista auxiliar do Centro de Exibições para suas demonstrações em voo e, desta forma, não impactem as operações de um dos aeroportos mais movimentados do sudeste asiático.

Mas um problema acabou sendo revelado na última semana

Embora o evento durasse até o dia 16, o avião-demonstrador E195-E2 Tech Lion da Embraer, que leva o prefixo PR-ZIQ, precisou sair alguns dias antes para cumprir sua jornada de demonstrações pela Ásia.

Segundo seu roteiro de voos, era previsto que a aeronave decolasse para Seletar, no norte de Cingapura, no dia 14, para algumas demonstrações a clientes da região, antes de seguir para Bangkok no dia seguinte. No entanto, por se tratar de um voo comercial e o Centro de Exibições não ter uma estrutura para despachar esse tipo voo, tudo teria que ser feito a partir do terminal principal de Changi.

Sem ter como chegar do outro lado devido à ausência de taxiways, não restou opções ao time da Embraer senão decolar, subir a 4.000 pés e sobrevoar o estreito de Cingapura, antes de ingressar na aproximação para a pista 02L.

pista Changi
O roteiro seguido pelo Tech Lion da Embraer – fonte FR24

No dia seguinte, o avião seguiu normalmente seu roteiro, decolando da pista principal de Changi rumo a Seletar, para seguir com sua missão de volta ao mundo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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