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A SriLankan Airlines, companhia aérea nacional do país asiático Sri Lanka, processou a Airbus em uma ação que pode render até US$ 1 bilhão em indenização. A empresa quer uma compensação relacionada a ações de suborno em torno de um pedido para aluguel de seis A330, quatro A350 e outros quatro A350.
De acordo com o jornal britânico The Financial Times, o valor reclamado diz respeito a danos materiais, perda de reputação, reembolso de despesas, custos processuais e juros correspondentes.
Além da indenização bilionária, a SriLankan Airlines quer cancelar a entrega pendente de quatro aeronaves A350-900 e recuperar cerca de US$ 19 milhões em pagamentos já realizados para esses aviões, que ainda não foram entregues. O processo foi confirmado pelo próprio presidente da SriLankan Airlines, Ashok Pathirage.
Em janeiro deste ano, autoridades do Sri Lanka ordenaram a prisão do ex-CEO da companhia aérea, Kapila Chandrasena, e de sua esposa, Priyanka Niyomali Wijenayake, por aceitarem subornos para compra de aeronaves da fabricante Airbus. Agora, a companhia e até o governo do país se dizem vítimas de um golpe muito maior, com consequência à saúde pública do povo cingalês em meio à Covid-19.
Suborno
A questão, no entanto, remonta ao julgamento da justiça britânica, que considerou a Airbus culpada em um caso de suborno em relação a negócios de aeronaves. A investigação do Serious Fraud Office (SFO), órgão responsável pela investigação de fraudes e corrupção no sistema econômico do Reino Unido, revelou supostos crimes de suborno cometidos em diferentes países da Ásia e da África pela Airbus.
A investigação da SFO demonstrou que, com o objetivo de aumentar as vendas, agentes que realizaram serviços em nome da Airbus ofereceram ou deram vantagens financeiras a terceiros para obter ou manter negócios e outras vantagens empresariais. Os casos foram relatados entre 2011 e 2015. De acordo com os promotores, a empresa Airbus SE falhou em evitar que pessoas associadas a ela subornassem interessados na compra de aeronaves pela SriLankan Airlines.
O inquérito no Reino Unido levou à aprovação de um Acordo de Acusação Diferida (DPA) entre a fabricante francesa de aeronaves e o SFO. Anunciado em janeiro de 2020, o DPA inclui um acordo de cerca de US$ 4,3 bilhões, com receitas a serem divididas entre a França, o Reino Unido e os Estados Unidos.
O cancelamento dos contratos de aluguel dos quatro A350-900 custou à empresa US$ 98 milhões em pagamentos de cancelamento. O governo do Sri Lanka disse que este dinheiro poderia ter sido usado para pagar vacinas da COVID para o povo. Estima-se que cerca de 24,5 milhões de doses poderiam ter sido importadas por esse valor.
O Sri Lanka foi apenas um dos vários países supostamente afetados pelo escândalo de suborno. Os crimes abrangeram países como Taiwan, Indonésia, Malásia, Nepal, Rússia, China e Colômbia. As companhias aéreas afetadas incluem, principalmente, Grupo AirAsia, TransAsia Airways, Garuda Indonésia e o braço de aviação do governo de Gana.
Com informações do portal Simple Flying