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Primeiro jato Embraer E175-E2 fica pronto, mesmo sem encomendas

Foi flagrado na fábrica da Embraer em São José dos Campos o menor dos novos jatos da fabricante brasileira, o E175-E2, que está sem encomendas até o momento.

Embraer E175-E2

A foto circula nas redes sociais e não tem autor conhecido. É o primeiro flagra que mostra o jato completo, com motores instalados e pronto para iniciar os testes pré-voo.

O jato é o menor da família E2, que também conta com os maiores E190 e E195, ambos já em operação comercial. É esperado que o pequeno Embraer voe ainda este ano, sendo certificado no próximo e voando comercialmente no início de 2021.

Apesar de menor, o E175-E2 tem a chance de atingir o maior mercado: o das empresas regionais dos EUA e da Europa. Porém, está sendo quase impossível substituir seus antecessores E170 e E175, que venderam mais de 800 unidades.

Mudar a balança ou emagrecer?

Até agora o E175-E2 não conseguiu nenhuma encomenda firme, apenas intenções de compra. O motivo disso? O peso da aeronave.

Nos EUA, assim como no Canadá e em boa parte da Europa, os voos regionais são feitos por empresas regionais terceirizadas, para baixar custo e permitir que as rotas com baixa demanda sejam rentáveis.

E para limitar a atuação destas empresa e evitar que elas cheguem no mercado das grandes rotas, associações de pilotos colocam restrições no acordo de convenção coletiva de trabalho.

Estas restrições são chamadas de “Scope Clause” nos Estados Unidos, ou cláusulas de escopo definido. Estas cláusulas definem as restrições das empresas regionais, e as principais são o número máximo de assentos das aeronaves regionais (76, em média) e o peso máximo de decolagem (MTOW), que o E175-E2 excede.

O MTOW da convenção coletiva da TransStates Airlines, que assinou carta de intenção de compra de 100 jatos E175-E2, é de 39 toneladas. Porém o jato brasileiro tem 44,6 toneladas de peso máximo de decolagem.

A Embraer espera conseguir mudar as Scope Clauses no próximo ano (2020), quando os acordos coletivos vencem e precisam ser renovados. O acordo de venda com a Boeing também pode representar uma pressão a mais para os Estados Unidos aceitarem a mudança.

“Estamo trabalhando na Scope Clause e esperamos que ela seja modificada. Mas também estamos olhando outros mercados, não é só os EUA”, afirmou John Slattery, CEO da Embraer Commercial Aviation, em rápida entrevista para o AEROIN durante a entrega do primeiro E195-E2 para a Azul em setembro passado.

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