Um dos aviões de maior sucesso da indústria aeronáutica, o Boeing 747 até hoje é conhecido mundialmente como “a rainha dos céus”, 50 anos após seu voo inicial. Desde sua criação, a aeronave teve várias versões, mas pouca gente sabe que a fabricante norte-americana já chegou a ter outros planos para o grande quadrijato, alguns deles um tanto quanto exóticos.
Boeing 747-500 / 600 / 700
Você já deve ter notado que a série Boeing 747 salta diretamente do modelo -400 para -8, aparentemente perdendo gerações inteiras. Por que isso aconteceu?
Na verdade, a Boeing chegou a prever os modelos intermediários. O primeiro foi o Boeing 747-500, projetado em 1986. Essa aeronave seria um 747 de alcance ultra longo para voar entre Londres e Sydney, sob demanda da Qantas. Esse projeto previa uma versão esticada da aeronave para levar mais passageiros e combustível, além de usar novos motores, permitindo que ele voasse mais rápido. Mas esse não foi adiante.
Em seguida, a Boeing tentou lançar o -500X, -600X e -700X no mercado. Cada uma dessas aeronaves ganharia uma seção extra de fuselagem, sendo basicamente ampliações do Boeing 747-400:
• 747-500X – 462 passageiros com alcance de até 8.700 milhas náuticas
• 747-600X – 548 passageiros, um alcance de até 7.700 milhas náuticas
• 747-700X – 650 passageiros para um alcance de 7.000 milhas náuticas
A falta de interesse de clientes fez a Boeing arquivar os projetos.
Boeing 747X e o 747 Stretch
Quando a Boeing ouviu rumores de que a Airbus estava fabricando algum tipo de aeronave de dois andares, eles decidiram falar com as companhias aéreas sobre uma possível versão double-decker do Boeing 747. Para combater a concorrência, foram criadas duas versões:
• Boeing 747X – 430 pax e alcance de até 8.700 milhas náuticas
• Boeing 747X Stretch – 500 passageiros e até 7.800 milhas náuticas
Asism como os modelos anteriores, as companhias aéreas não estavam interessadas nele e a fabricante voltou a projetar melhorias na série -400.
Boeing 747-400 QLR
O último projeto sério do Boeing 747 foi o QLR, ou avião silencioso de longo alcance. Projetada em 2001 para ser mais silenciosa quanto possível, a aeronave passou por diferentes rodadas de revisão até ser cancelada. Mas as pesquisas feitas para reduzir o ruído do motor foram incorporadas ao restante da frota da Boeing. Muitos dos conceitos continuam sendo aplicados até hoje.
Boeing 747 Trijet
Esse design parece algo de ficção científica. Todos sabemos que o Boeing 747 foi construído com quatro motores, cada um exigindo bastante combustível para alimentar a aeronave a grandes distâncias.
Com essa versão, a Boeing queria encontrar uma maneira de remover um dos motores, mas ainda manter o alcance e a capacidade da aeronave. Como o avião foi modelado num momento em que já existiam outros trijatos como o DC-10 ou L1011 Tristar, a fabricante também tentou projetar o terceiro motor na parte traseira do avião, sobre o projeto base de um Boeing 747-300.
O Trijet teria a vantagem de consumir menos combustível, no entanto, durante a engenharia, descobriu-se que grandes mudanças precisariam ser feitas na asa e na aerodinâmica e, portanto, a aeronave receberia uma nova classificação de tipo.
Os pilotos de companhias aéreas que desejassem pilotar a aeronave precisariam ser treinados novamente e não seriam capazes de usar o treinamento do Boeing 747. Isso inviabilizou a construção.
Boeing 747 ASB
Após o sucesso do Boeing 747SP, a Boeing decidiu que eles desenvolveriam um Boeing 747-400SP, batizado de ASB. Esta seria uma aeronave concorrente do então novo Airbus A340 e seria capaz de transportar 295 passageiros para um alcance de 8.000 milhas náuticas.
No entanto, no final, as companhias aéreas não estavam interessadas no produto e a Boeing abandonou o projeto para focar na criação do 777.