Qual é a situação atual da companhia aérea Avianca?

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Avião Airbus A319 Avianca

Após divulgar prejuízos da ordem de US$ 2 bilhões para o ano passado, a Avianca Holdings, controladora da Avianca Airlines, com operação principal na Colômbia, forneceu uma atualização sobre sua situação financeira e as medidas de corte de custos, que estima que trarão mais de US$ 500 milhões em economia anual e reduzirá o custo unitário do passageiro (CASK), excluindo combustível, em 38%, em comparação com os níveis de 2019.

A Avianca Holdings disse que a maior parte das medidas já foram implementadas ou estão em processo de implementação, devendo as restantes ser executadas em 2021 e 2022.

“A Avianca está bem adiantada em seu programa de simplificação de frota e redução de custos, que acredita resultar em uma redução geral de mais de US$ 2 bilhões em dívidas de aeronaves e obrigações de arrendamento durante o período de março de 2020 a 31 de dezembro de 2022, e uma redução média esperada de mais de 35% nos custos de capital de cada aeronave”, acrescentou a holding.

Frota e Pessoal

Dentre os principais impactos do processo de recuperação está a redução do tamanho de sua frota de 140 para cerca de 100 aeronaves de passageiros e, por consequência, no quadro de pessoal. A ideia da empresa é que seus aviões remanescentes tenham mais assentos e voem com mais frequência, portanto, não deverá haver uma queda considerável na capacidade (oferta), segundo a empresa. Em paralelo, a empresa trabalha na costura dos acordos com sindicatos.

Além disso, a Avianca Colômbia planeja adicionar diversas rotas para destinos turísticos de praia usando aeronaves menores. A Bloomberg conversou com o CEO da empresa, Anko van der Werff, que citou uma expansão de 50 rotas diretas entre cidades secundárias nos próximos anos. 

Dentre os destinos visados pela empresa estão Punta Cana, Cartagena e Cancun, oferecendo uma nova classe de tarifas mais baratas para atender à demanda por viagens de lazer. São rotas onde a empresa enfrenta a concorrência de companhias aéreas de baixo custo, atualmente, mas que quer abocanhar uma fatia maior do mercado.

A companhia continuará voando para destinos internacionais, incluindo a Europa, e oferecerá benefícios como assentos mais espaçosos na parte dianteira dos aviões, bem como através do seu programa de fidelidade, LifeMiles.

Financeiro

A Avianca Holdings não forneceu uma data específica para sua saída planejada da reestruturação do Capítulo 11 (espécie de recuperação judicial que corre nos tribunais norte-americanos), mas disse que seria em 2021. A empresa planeja levantar US$ 1,8 bilhão em dívida ou capital novo como financiamento de saída para concluir seus procedimentos do Capítulo 11.

A holding disse em um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) que US$ 1,4 bilhão seria usado para refinanciar a Tranche A do DIP (esquema que financia a empresa desde o ano passado). Na época, a tranche forneceu US$ 1,27 bilhão em capital novo para a companhia aérea vindo de cerca de 100 credores não divulgados. Os US$ 400 milhões restantes irão para um fundo de US$ 1 bilhão que a Avianca Holdings espera ter ao sair de seu Capítulo 11. O financiamento estará sujeito à aprovação do Tribunal de Falências dos Estados Unidos.

A Avianca Holdings disse que estava negociando separadamente a conversão em patrimônio líquido de um financiamento DIP subordinado Tranche B, atualmente no valor de US$ 902 milhões em obrigações.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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