A Mitsubishi já teve um carro especial feito a partir do seu avião mais famoso

Quando duas lendas de dois mundos se juntam, o resultado é crossover imbatível. E foi isso o que a Mitsubishi fez nos anos 1990 juntando dois ícones, um da aviação e outro das ruas.

Foto por Mitsubishi / LoadedAaron

A fabricante japonesa, que é mais conhecida pelos carros, também fabrica aviões desde a Segunda Guerra Mundial, sendo o mais icônico deles o caça A6M Zero, que representou uma verdadeira “dor de cabeça” para os americanos nos primeiros anos da Batalha do Pacífico, o principal fronte do Teatro Asiático da Guerra.

Achar um clássico Zero em condições de voo hoje é algo quase impossível: apenas um está em condições de voo e é 100% original. Ele fica num museu próximo de Los Angeles, na cidade de Chino, e só voa apenas uma vez por ano.

O restante dos Zeros que sobraram da Guerra não voam e/ou foram muito adaptados com motores americanos ou outros acessórios, para ainda poderem ser alçados aos céus. De qualquer forma, só resta um pequeno punhado deles por aí.

A maioria que se vê em filmes e shows aéreos, inclusive o que está na foto de capa desta matéria, nada mais são do que aeronaves North American T-6 Texan adaptados para ficarem “iguais” ao caça da Mitsubishi. Destes sim, existem algumas dezenas voando nos EUA, sobretudo pela Commemorative Air Force, um grupo que faz a demonstração Tora Tora Tora, simulando o ataque japonês à Pearl Harbor.

Sabendo da raridade de seu avião mais famoso (foram quase 11 mil unidades produzidas), a Mitsubishi lançou em 1999 a versão “Zero Fighter” do seu carro Lancer Evolution VI, ou apenas “Evo 6”, para os mais íntimos.

Banner promocional da Mitsubishi na época do lançamento

A montadora estava no seu ápice, ganhando quatro campeonatos consecutivos do WRC (Campeonato Mundial de Rally) utilizando o Evo das gerações 3, 4, 5 e 6. Todos pilotados pelo finlândes Tommi Mäkinen, que se tornou uma lenda na competição.

Nesta onda, foi feita a versão mais exclusiva do Lancer, com apenas 25 unidades, segundo uma reportagem da página Old Lancers Brasil, especializada nas gerações antigas do modelo.

Esta quantidade produzida do Zero Fighter é a metade dos 50 da versão Carbon do Evo X lançada no Brasil, e 15 a menos que a FQ440, que é o 2.0 mais rápido e potente já visto.

O diferencial da versão do caça Zero está numa suspensão mais rigída, rodas Enkei de 18 polegadas, motor “remapeado” para 340 cavalos, adesivos exclusivos com alusão à aviação militar, além de saias e aerofólios pintados na cor vermelha, remetendo às faixas vermelhas do caça. Todo este pacote foi feito pela Ralliart, divisão de competição da empresa.

Logo depois da versão Zero Fighter, foi lançada a Extreme, que tem um exterior igual, sem o adesivo da tampa, e que recebeu freios melhores. De tão raras as versões, não foi possível achar imagens em alta resolução do modelo, sendo que temos que nos contentar com a pintura disponibilizada no jogo Forza Horizon 4.

Infelizmente a versão foi dispobinilizada apenas no Japão e teve algumas unidades importadas para o Reino Unido. No Brasil, o mais perto disso são os primeiros Lancers que foram vendidos aqui, mas nas versões GLX aspiradas, distante do “endiabrado” Evolution. Quem sabe no futuro a Mitsubishi volte com o Lancer e faça uma versão especial do seu novo jato regional, que concorre com o Embraer – se ele vingar:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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