Conforme divulgamos no último domingo, 22 de março, os números do tráfego aéreo mundial começaram a sentir efetivamente os impactos da queda de demanda apenas na semana passada. Porém, agora, as informações mostram que o impacto veio realmente com força brutal.
Os dados do site FlightRadar24 do dia 22, consolidados até o dia anterior, sábado (21), mostravam que o número de voos ao redor do mundo começava a apresentar os primeiros sinais de mudança significativa de tendência.
Até uma semana antes, já havia uma pequena queda, mas o total de operações registradas pelo site ainda era superior ao mesmo período de 2019. Os dias da semana passada, entretanto, começavam a apontar para uma queda abrupta para números inferiores a 2016.
Agora, com a atualização dos valores consolidados até essa segunda-feira, 23/03, a tendência de uma parada intensa da aviação está mais do que confirmada.
Conforme o gráfico acima, na data de ontem o FlightRadar24 registrou 95.227 voos. Comparativamente, nas segundas-feiras da semana passada e da retrasada, os valores foram de 157.293 e 175.350, respectivamente.
Com isso, temos agora uma queda de 39,4% desde a semana passada, e de 45,7% em relação à retrasada. Ou seja, quase metade de todos os voos do mundo ficaram no chão ontem.
O gráfico também revela outro detalhe importante: é a primeira vez em meses em que uma segunda-feira registra menos voos do que o domingo imediatamente anterior. A fato coloca em evidência o aumento das suspensões de voos a cada dia que avançamos diante da pandemia de COVID-19.
Em uma publicação de ontem do FlightRadar24 em seu twitter, o site também destaca que havia 7.150 voos sendo rastreados por seu sistema, representando apenas 44% dos voos registrados no mesmo momento do ano anterior:
At 7150 flights, we're currently tracking just 44% of the total flights we were tracking 1 year ago at the same time. pic.twitter.com/wxRetruND4
— Flightradar24 (@flightradar24) March 23, 2020
Portanto, continuamos com sinais claros de que a redução continuará intensa nos próximos dias, tanto pela tendência do gráfico quanto pelos já anunciados cortes de voos, parciais ou totais, de todas as companhias aéreas pelo mundo.