Recorde: Rússia realiza voo mais longo do mundo com um avião supersônico

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Tupolev Tu-160 sobre Moscou. IMAGEM: Alex Beltyukov via Wikimedia Commons

Foram 25 horas e mais de 20 mil km percorridos, naquele que é o mais longo voo supersônico de que se tem notícia. No último sábado (19), o Ministério da Defesa da Rússia informou que dois bombardeiros Tu-160 quebraram o recorde mundial em permanência no ar e alcance de voo para uma aeronave supersônica. As informações são da página em inglês do portal norueguês The Barents Observer.

As aeronaves decolaram da base aérea de Engels, no sul da Rússia, e sobrevoaram por águas internacionais até o Polo Norte e depois retornaram para o país de origem via o extremo leste da Sibéria, passando pelos mares Kara, Laptev, Chukchi e novamente Barents. Na prática, pode-se considerar que as aeronaves deram uma semi-volta ao mundo via círculo polar ártico.

Para evitar conflitos diplomáticos, os voos foram feitos sobre águas neutras, dentro dos acordos internacionais para utilização desse tipo de espaço aéreo. No entanto, por precaução, o governo russo deslocou caças Su-35 para escoltar os bombardeiros. O Ministério da Defesa também diz ter recebido ajuda estrangeira durante o trajeto, sem especificar de quais países.

No Twitter, o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD, na sigla em inglês), informou que registrou a presença dos quatro aviões russos na Zona de Identificação e Defesa Aérea do Alasca (ADIZ, na sigla em inglês) na noite de sexta para sábado. Os equipamentos foram identificados por duas aeronaves de defesa pertencentes ao Sistema de Controle e Alerta Aéreo do órgão, sendo elas um Lockheed Martin F-22 Raptor e um Boeing E-3 Sentry, apoiadas por um abastecedor KC-135 Stratotanker. Não houve qualquer tipo de intercorrência.

Para realizar o feito, que aparentemente foi promovido pela simples intenção de demonstração de poder bélico, as aeronaves foram reabastecidas no ar em três ocasiões, por seis aviões-tanque Il-76.

Outros recordes

O recorde anterior de tempo de voo de uma aeronave supersônica também havia sido do modelo russo. Em junho de 2010, um Tu-160 ficou no ar por 24 horas e 24 minutos.

O voo mais longo de uma aeronave de passageiros em um voo comercial foi promovido pela australiana Qantas Airlines, em 2019. A companhia operou um Boeing 787-9, de Nova York para Sidney, durante 19 horas e 15 minutos, por uma distância de 16.200 km.

Em 2015, dois bombardeiros Stratofortress B-52, da Força Aérea dos Estados Unidos, bateram o recorde da aviação militar e completaram 44 horas de voo sem escalas, em uma missão de ida e volta da Austrália pelo oceano Pacífico. O gigante de oito motores criado na década de 1950 ainda é um exemplo de resistência aeronáutica, com vários voos ultralongos no currículo, aproveitando as benesses do reabastecimento aéreo e da infraestrutura de bordo.

O recorde absoluto de permanência de uma aeronave no ar, segundo o Livro dos Recordes, é bem mais antigo e prosaico. Em 1959, um Cessna 172 Skyhawk foi mantido no ar por impressionantes 64 dias, 22 horas, 19 minutos e 5 segundos. O voo foi patrocinado por um Cassino de Las Vegas, nos Estados Unidos, e foi realizado a baixa altura, em círculos, sobre o deserto de Nevada, nos arredores da cidade.  Com dois pilotos a bordo, o monomotor foi especialmente adaptado para a façanha e reabastecido por aviões-tanque. Hoje, o avião está exposto no terminal 1 do aeroporto da capital dos cassinos.

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Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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