Regional Linhas Aéreas pode ser a nova empresa aérea do Brasil?

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Não é novidade que a empresa aérea de capital boliviano Amaszonas tem interesse de abrir uma empresa no Brasil para fazer voos regionais por aqui. No entanto, ao longo desta semana, várias fontes nos procuraram para dar notícias sobre o andamento do processo.

Dash 8 Regional
Dash DHC-8 da Amaszonas

As atualizações que nos chegaram dão conta que a nova empresa estaria em processo de certificação dos manuais de operações junto à ANAC. A operação seria feita com aeronaves turboélice Dash DHC-8-202 (Q200), modelo atualmente utilizado pela Amas Bolívia.

Segundo diversos reportes que chegaram ao AEROIN, o nome da empresa seria Regional Linhas Aéreas ou RLA. Porém esta seria a razão social da empresa, ou seja, não necessariamente o nome que a aérea irá assumir.

Ao consultar o CNPJ da empresa no site da Receita Federal, é possível conferir que a mesma tem sede em São Paulo, através de um grande escritório de advogados. O capital social declarado é de R$500 mil reais, e dentre os sócios estaria um dos antigos donos da NOAR – Nordeste Aviação Regional Linhas Aéreas.

A NOAR operou com uma frota de turboélices LET 410 de origem checa, de 2009 até 2011, quando um acidente e seus desdobramamentos causaram o fechamento da empresa. Vicente Espíndola era um dos donos da NOAR e consta como membro do conselho da RLA. Também é dono da TV Asa Branca, afiliada da Globo de Caruaru no Pernambuco.

Já o presidente da companhia seria Leonardo Stange, que comanda o escritório de advogados, e representou a Amas Uruguay quando a mesma pediu a autorização para voos internacionais para o Brasil em 2018. Porém, mesmo após o aval da ANAC, que foi concedido junto com o da chilena SKY, a uruguaia nunca solicitou voos para o Brasil.

Outras fontes apontam para uma possível participação da espanhola regional Air Nostrum, que quer expandir sua presença na América do Sul, além da Paranair do Paraguai e da Flyest da Argentina. Porém, até onde foi apurado pelo AEROIN, não existe participação dos espanhóis diretamente até agora.

A Air Nostrum é a principal operadora (tercerizada) de voos regionais da Iberia, e além disso possui uma grande frota de aviões próprios que são alugados através do regime de leasing, inclusive para a Amaszonas em parceria com a Avmax e o banco Wells Fargo.

Estes grupos já se relacionam há um tempo na região: a Air Nostrum fornece peças e suporte para a frota de Bombardier CRJ-200 da Amaszonas. E mais recentemente a divisão paraguaia da Amaszonas foi vendida para os espanhóis e se tornou a Paranair.

Já a Amaszonas surgiu na Bolívia com o conceito de ligar o interior com os países vizinhos, principalmente na região andina. O nome é uma referência à floresta Amazônica, e também significa “A más zonas” ou seja, a mais lugares.

Operações da Amaszonas com o CRJ-200 nos Andes pela Just Planes

E agora, logo após anunciar a mudança da sua marca de Amaszonas para Amas Bolívia e Amas Uruguay, numa belíssima pintura feita pelo Panda Beting (veja a pintura na matéria ao final desta matéria), nada impede que, se o grupo boliviano for um dos investidores, o nome possa ser Amas Brasil.

Desde a venda da Amaszonas Paraguay, o grupo boliviano tem falado de abrir uma subsidiária brasileira, o que não é tanta surpresa. Inclusive voltou a mencionar a intenção em dezembro passado, quando anunciou a aquisição de jatos Embraer E190 e citou que estava com o endosso da ANAC para começar as operações domésticas no Brasil.

E você leitor, o que acha desta empreitada (até então) puramente regional? Vai vingar ou vai virar história igual as únicas operadoras do Bombardier Dash no Brasil: a Tavaj e a Taba?!

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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