Reino Unido rebaixa Portugal à lista âmbar; Brasil segue na vermelha

Imagem: Catarina Madureira / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

A primeira atualização da lista de classificação de cores do governo do Reino Unido para viagens internacionais ocorreu nesta quinta-feira, 3 de junho de 2021, com Portugal sendo rebaixado da ‘lista verde’ para a ‘âmbar’, segundo o Ministério dos Transportes, “para salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes e proteger o lançamento da nossa vacina.”

Sete países – incluindo Sri Lanka e Egito – foram adicionados à ‘lista vermelha’. Todas as alterações nas listas entrarão em vigor às 4h da madrugada da terça-feira, 8 de junho.

A decisão de mover Portugal (incluindo Madeira e Açores) para a ‘lista âmbar’, que resulta em necessidade de quarentena após a chegada, segue-se ao aumento da preocupação com a disseminação de variantes do coronavírus, incluindo uma mutação da variante “Delta”, e o risco de levá-las ao Reino Unido se as pessoas não forem obrigados à quarentena.

Segundo o ministério britânico, a situação em Portugal tem exigido uma ação rápida para proteger os ganhos obtidos com o lançamento da vacina, pois se verificou quase o dobro da taxa de positividade dos testes de COVID-19 em Portugal desde a primeira revisão da atribuição de cores, ultrapassando largamente a taxa de positividade nacional estimada pelo ONS (Escritório de Estatísticas Nacionais) no Reino Unido.

Mais significativamente, de acordo com dados publicados no GISAID (Iniciativa global de compartilhamento de todos os dados da influenza), foram identificados em Portugal 68 casos da preocupante variante Delta, incluindo casos dela com uma mutação adicional potencialmente prejudicial.

A Public Health England está investigando essa variante e mutação, para entender melhor se ela poderia ser mais transmissível e menos eficazmente combatida por vacinas, potencialmente colocando em risco o progresso do roteiro de recuperação do Reino Unido. A medida do Reino Unido gera um alerta ao Brasil, afinal, há um grande fluxo de viagens aéreas entre o país e Portugal.

Segundo o Ministério dos Transportes, todas as mudanças de classificação foram decididas pelos ministros, informados pelos últimos dados e análises do JBC (Centro Conjunto de Biossegurança) e fatores de saúde pública mais amplos, para ajudar as pessoas a compreender os riscos para a saúde pública de viajantes que retornam de diferentes destinos.

O Secretário de Transporte Grant Shapps disse:

“O público sempre soube que as viagens seriam diferentes neste ano e devemos continuar a adotar uma abordagem cautelosa para reabrir as viagens internacionais de uma forma que proteja a saúde pública e a distribuição da vacina.

“Embora estejamos fazendo grandes progressos no Reino Unido com a implementação da vacina, continuamos a dizer que o público não deve viajar para destinos fora da lista verde.”

A lista completa de outros países adicionados à ‘lista vermelha’ inclui Afeganistão, Bahrein, Costa Rica, Egito, Sri Lanka, Sudão e Trinidad e Tobago. Para os países que estão na ‘lista vermelha’ hoje, que inclui o Brasil e todos os demais da América do Sul, a prevalência de COVID-19 é avaliada como alta e há evidências que sugerem a transmissão pela comunidade de variantes preocupantes.

Embora o número de destinos da ‘lista verde’ permaneça baixo, o governo britânico está pedindo ao público que não viaje para destinos classificados como âmbar, para cumprir seu papel na proteção da saúde pública. Isso se deve à prevalência de variantes preocupantes e às taxas gerais de coronavírus serem maiores em destinos âmbar, o que significa que o risco para a saúde pública também é maior.

A diretora-executiva da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, Dra. Jenny Harries, disse:

“Os aumentos nas taxas de casos no Reino Unido servem como um lembrete de que esta pandemia ainda não acabou e que precisamos adotar uma abordagem cautelosa. Todos devem observar as orientações de viagem e de prevenção da contaminação, e receber as duas doses da vacina da COVID-19 quando oferecidas. O teste ajudará a quebrar as correntes de transmissão e nos permitirá ver quais variantes estão circulando, então certifique-se de fazer o teste quando retornar ao Reino Unido de acordo com as orientações.”

As pessoas que retornam ao Reino Unido precisam de um teste de resultado negativo, feito dentro de 3 dias antes da partida do serviço em que chegarão à Inglaterra. Aqueles que retornam de países âmbar também devem reservar e pagar pelos testes de COVID-19 dos dias 2 e 8 pós-chegada quando retornarem ao Reino Unido; apenas o teste do dia 2 é necessário para aqueles que retornam de países verdes.

O governo também anuncia que, como parte de um teste limitado, a partir de 8 de junho, voos diretos serão permitidos para a Inglaterra de países da ‘lista vermelha’ que anteriormente estavam sujeitos a proibição de voos, desde que cheguem a terminais dedicados nos aeroportos de London-Heathrow e de Birmingham.

A exigência de que esses voos diretos cheguem a instalações dedicadas ajudará a manter mais passageiros da lista vermelha separados dos outros, ajudando a garantir que sejam processados ​​da forma mais segura e eficiente possível e, em seguida, viajem direto para o hotel de quarentena gerenciado, reduzindo assim as filas na fronteira.

Para consultar a classificação dos países nas listas vermelha, âmbar e verde do Reino Unido, clique aqui.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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