Restam apenas três jatos E190-E1 para a Embraer entregar; e depois disso?

No começo de novembro, a Embraer divulgou seus resultados para o último trimestre, onde os números fracos na área de aviação comercial refletem a condição excepcional pela qual o mundo passa em meio à pandemia. Embora a carteira de pedidos não registre nenhum cancelamento, tampouco tem novas encomendas e virar esse jogo é um desafio para a equipe comercial da fabricante.

Enquanto isso, na linha de produção, a empresa segue produzindo jatos E1 e E2, mas as entregas seguem a uma velocidade muito mais lenta do que o normal. Durante o 3T20, a Embraer entregou 7 jatos comerciais, contra 17 no mesmo período do ano passado. No ano, os números são 16 contra 54.

A carteira de pedidos, como supramencionado, não tem visto grandes alterações nos últimos meses. Enquanto o E2 segue como novo produto na prateleira, ainda há algumas unidades da família anterior, a E1, na fila para entrega.

Quantos E190-E1 ainda faltam

A maioria desses E1 por entregar são do modelo E175, que tem grandes encomendas de empresas americanas, mas ainda há três derradeiros E190 na lista. Sobre esses últimos, vamos explorar um pouco mais.

Segundo dados da própria fabricante, ao longo de sua história foram encomendados 598 jatos Embraer E190-E1, dos quais 595 já foram entregues, tendo o último saído da produção em setembro, destinado à Air France.

De quem são os últimos três?

Por sua vez, esses três derradeiros são resultado de uma encomenda de uma empresa de leasing egípcia CIAF, que aluga aeronaves com e sem tripulação (um modelo de negócios semelhante ao da portuguesa Hi Fly) e que também faz voos de fretamento.

Sediada no Cairo, a empresa assinou um pedido firme para três aeronaves E190 em novembro de 2019, durante o Dubai Airshow, num pacote avaliado em US$ 161,4 milhões.

A data em que as aeronaves serão entregues ainda é uma incógnita. Quando não havia Covid, a previsão era de que elas fossem enviadas ao Egito no quarto trimestre de 2020, inclusive trariam uma nova pintura exibindo a nova identidade visual da CIAF, no entanto, com a pandemia, os calendários foram alterados.

E depois disso

Não temos informação sobre a produção dos jatos até o momento, mas uma coisa se sabe: depois deles, não há mais pedidos para o E190-E1. Também não há lógica em manter sua produção, em vistas a existir um modelo mais atual, econômico e ambientalmente responsável que é o E190-E2.

Portanto, o fim da produção do E190-E1 deve estar bem próximo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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