O setor de carga aérea expressou desapontamento com a KLM, após a companhia aérea tomar a decisão de retirar suas aeronaves Boeing 747 combi de operação.
Conforme relatou o The Load Star, o presidente da Strategic Aviation Solution International (SASI) e ex-chefe de vendas e marketing de carga da KLM, Stan Wraight, escreveu para Ben Smith, presidente do Air France-KLM Group, e Peter Elbers, presidente da KLM, pedindo ao grupo que não seguisse adiante com a aposentadoria de seus 747-400M, a versão do Boeing 747 que pode levar cargas na seção traseira da cabine de passageiros.
Ele argumentou que, com a capacidade de carga tão baixa nos transportes terrestres, a continuidade da operação do Jumbo combi era uma responsabilidade moral da transportadora. “O mundo agradecerá no final das contas, e eu sei que a comunidade logística apoiará”, escreveu ele.
No entanto, o AF-KLM Group respondeu dizendo que sua decisão foi reduzida à necessidade de corte de custos:
“A KLM aprecia muito o Sr. Wraight por compartilhar seus pensamentos conosco sobre o B747. Compartilhamos sua paixão e amor por este avião bonito e especial. Isso significou muito para a história da aviação civil e atraiu a imaginação. Também como avião de carga, comprovou sua força e cumpriu seu dever. Como resultado da crise do coronavírus, o momento da separação foi antecipado do ponto de vista de economia de custos. Esta foi uma decisão bem informada.”
Mas nem todo mundo concorda no segmento de transporte aéreo de cargas. Alguns importantes nomes do setor expressaram suas opiniões contrárias.
Robert Van de Weg, ex-chefe de vendas da Cargolux, comentou no LinkedIn: “É a aeronave ideal para o momento atual e para o período imediato pós-corona”.
Zahid Sultan-Khan, vice-chefe de treinamento da Silk Way West, acrescentou: “Reações instintivas raramente são uma boa ideia. Mantenha os combis voando!”
Segundo o The Load Star, há uma ampla concordância entre os especialistas em carga em toda a cadeia de suprimentos de que foi um erro parar a aeronave.
Com a confirmação do plano de parada dos Jumbos nas versões de passageiro e combi, restarão na frota do grupo apenas três Boeings 747-400F, a versão full-cargo, de matrículas PH-CKA, PH-CKB e PH-CKC. Eles ainda são vistos regularmente no Brasil em suas operações no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas/SP.
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