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Rússia substitui humanos por robôs na operação de bagagens em aeroportos

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Foto Obakeneko, CC BY 3.0, via Wikimedia

O Aeroporto Internacional de Krasnodar, no sudoeste da Rússia, é o mais novo exemplo de como profissionais estão sendo substituídos por robôs na operação de recebimento e embarque de bagagens no país. O terminal agora se junta aos complexos aeroportuários de Sochi e de Anapa em um grande projeto de modernização tecnológica do mercado de viagens.

O portal britânico The Simple Flying produziu uma interessante matéria sobre essa revolução que atinge não só aeroportos russos, mas já se faz presente, em diferentes níveis, em vários terminais pelo mundo. A tecnologia robótica permitirá aos aeroportos reduzir custos devido a menos riscos e atrasos provocados por limitações e falhas humanas.

Segundo o vice-presidente de Operações do Aeroporto da Anapa, Alexei Noviko, o objetivo é reduzir processos manuais tanto fora, quanto dentro das aeronaves.

“O robô é equipado com câmeras, leitores de código de barras e outros detectores. Ele é projetado para ser usado com aeronaves, bem como dentro do terminal. A principal característica deste equipamento é que em vez de usar uma ‘garra’ mecânica para manobrar a bagagem, ele usa um sistema de tampas a vácuo. Isso minimiza possíveis danos à bagagem ”, disse Novikov ao Simple Flying.

Simulação divulgada pelo aeroporto de Anapa em feira robótica mostra projeto do robô. IMAGEM: Robofest via The Simple Flying

Novikov explica que o primeiro protótipo em operação é capaz de levantar até 42 kg e movimentar uma mala a cada 40 segundos, empilhando-as em uma ordem específica de acordo com o tamanho e a forma. O robô também é capaz de ler códigos de barras e decidir onde colocar exatamente a bagagem. Não há risco de erros, danos ou violação das malas.

O executivo acredita que o uso dessa robótica em todo o aeroporto tornará as viagens mais tranquilas, seguras e confortáveis para o passageiro. Sobre as queixas de que a modernidade poderá gerar desemprego, Novikov se defende de que os robôs irão elevar os padrões de vida de todo o grupo de trabalhadores, pois os profissionais mais qualificados ganharão mais. No entanto, ele admite que alguns funcionários, inevitavelmente, terão que se adaptar às mudanças e adquirir novas habilidades.

A implantação da tecnologia ainda não está finalizada nos três aeroportos. A utilização em larga escala ainda depende da parceria das gestões aeroportuárias com empresas que possam iniciar a produção e a operação do robô na quantidade condizente com a movimentação dos terminais.

Tendência robótica

Em todo mundo, cada vez mais aeroportos investem na tecnologia robótica para reduzir custos e melhorar a experiência do passageiro. Desde 2017, o Aeroporto de Shenzhen Bao’an, na China, opera o Anbot, um robô programado para realizar verificações de segurança na sala de embarque. No Aeroporto Internacional de Incheon, em Seul, Coréia do Sul, os robôs acompanham passageiros até os portões de embarque.

Já no Aeroporto LaGuardia, em Nova York, os equipamentos são equipados com câmeras e atuam em parceria com seguranças locais. Em Cingapura, eles limpam o chão durante 10 horas ao dia, tecnologia semelhante a testada pelo Aeroporto de Brasília no ano passado, quando dois robôs foram disponibilizados para ajudar no serviço.

De acordo com o relatório “Mercado de Robôs para Aeroportos – Crescimento, Tendências e Previsão” divulgado em 2019 pela consultoria Research and Markets, o mercado de robôs aeroportuários deve crescer mais de 15% até 2024. A estimativa não leva em consideração os efeitos na pandemia nas finanças dos aeroportos.

Segundo o documento, as principais áreas de atuação dos robôs são limpeza, o serviços de segurança, manuseio de bagagens, orientação de passageiros, gestão de estacionamentos leitura de cartão de embarque e controle de acesso.

Essa matéria também teve informações da revista IstoÉ Dinheiro.

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