Novamente, a Ryanair conseguiu ser notícia ao não permitir que uma mulher com deficiência viajasse com sua cadeira de rodas. Entenda a história, que levou a um grande debate nas redes sociais.
Tudo começou quando a espanhola Belen Hueso, de 25 anos, teve seu cartão de embarque negado para o voo de Sevilha a Valência porque sua cadeira de rodas elétrica não caberia no porão da aeronave, reportou o El País.
Segundo ela, a equipe da Ryanair lhe pediu para “encontrar outra companhia aérea” depois de se recusar a levar a cadeira por que as dimensões do item excediam a política de bagagem de porão da empresa aérea.
. @Ryanair y los derechos de las personas con discapacidad.
— Belén Hueso (@belen_hueso) 2 de dezembro de 2019
Aquí hay para un @salvadostv, un @ObjetivoLaSexta, un @DebatAlRojoVivo, una novela de @juangomezjurado y un @elfemurdeeva 🙄
O que tem Belen?
Aos dez anos de idade, Belen foi diagnosticada com uma doença genética degenerativa chamada ataxia de Friedreich. Segundo pesquisas na internet, encontramos que essa é “uma doença genética rara que causa dificuldade para caminhar, perda de sensibilidade nos braços e pernas e fala prejudicada. A doença causa danos a partes do cérebro e da medula espinhal e também pode afetar o coração.
Sem cura conhecida e com a condição apenas piorando com a idade, Belen precisa usar uma cadeira de rodas elétrica, porque seus braços são incapazes de impulsionar uma cadeira de rodas manual. Aproveitando o feriado nacional do Dia da Constituição da Espanha, Belen planejava viajar de sua casa em Valência para passar alguns dias explorando Sevilha.
Para a ida, Belen comprou uma passagem no trem de alta velocidade AVE, mas não conseguiu uma reserva para a viagem de volta, que seria na segunda-feira, 9 de dezembro.
Por que ela voaria Ryanair?
Para voltar à sua casa, a moça encontrou um voo da Ryanair por 70 euros, a condição parecia ótima. Segundo conta, ela indicou no site da empresa que precisava viajar com sua cadeira de rodas elétrica e comprou a passagem sem problemas.
Lo que provoca mi discapacidad es una enfermedad que se llama Ataxia de Friedreich, y lo que reclamamos es una cura definitiva. Gracias!
— Belén Hueso (@belen_hueso) 6 de dezembro de 2019
Ryanair impide volar a una mujer en silla de ruedas eléctrica https://t.co/qqkyfVdKcX via @elpais_espana
Depois de comprar o bilhete, Belen preencheu o formulário descrevendo o peso e as medidas do dispositivo de mobilidade e o tipo de bateria que ele usava. Ela destacou o fato de que ele não podia ser dobrado.
Mais tarde, a Ryanair entrou em contato com Belen para lhe dizer que as dimensões da cadeira excederam sua política e que ela não poderia ficar no porão da aeronave. Quando Belen ligou para a companhia para defender seu caso, eles apenas sugeriram que ela encontrasse outra empresa aérea. Lhe disseram ainda que o dinheiro que ela pagou pela passagem seria reembolsado em uma semana.
Ao El Pais, Belen relatou o que havia acontecido, lembrando que antes que sua doença piorasse, ela viajara muitas vezes na Ryanair com uma cadeira de rodas dobrável manual. Ela também apontou para o jornal que não tinha problemas em voar com a cadeira motorizada na Iberia.
Ryanair manteve sua posição
Um porta-voz da Ryanair disse: “Esse assunto foi resolvido diretamente com o cliente e um reembolso total foi processado. De acordo com nossos termos e condições, as dimensões das cadeiras de rodas quando dobradas não devem exceder 81 cm (altura), 119 cm (largura) e 119 cm (profundidade). Infelizmente, neste caso, a cadeira de rodas do cliente excedeu essas dimensões. Lamentamos qualquer inconveniente causado.”
Mas a concorrente Vueling aceitou
A segunda alternativa para Belen seria a low-cost Vueling, que pertence ao grupo IAG. Dessa vez, ela conseguiu comprar uma passagem, embora fosse um pouco mais cara que a da Ryanair. Dessa vez, ela não teve problemas para embarcar seu dispositivo.
As companhias aéreas têm o direito de estabelecer suas regras sobre o que vão ou não transportar, mas talvez seja hora de rever essas práticas, haja visto que as outras empresas locais não vêem problema nenhum em transportar o equipamento. Além de tudo, o caso repercutiu muito pelas redes sociais e causou um grande dano de imagem à Ryanair.