A Boeing perde mais um cliente do 737 MAX, só que dessa vez não por atrasos ou medo do consumidores, mas por falta de aprovação da autoridade russa.
A Pobeda, uma companhia aérea russa de baixo-custo, subsidiária da Aeroflot e que opera exclusivamente jatos Boeing 737-800 Next Generation, está desistindo do MAX. A empresa tinha encomendado 20 jatos 737 MAX, de nova geração, mais modernos e eficientes. A compra foi oficializada em 2018, meses antes do primeiro acidente com o modelo na Indonésia, seguido de outro acidente em 2019, na Etiópia.
Desde o segundo acidente, a autoridade russa de aviação civil suspendeu o certificado de aeronavegabilidade do 737 MAX, proibindo o voo e operação dele no país. Como a Pobeda não tinha recebido nenhuma aeronave, não cancelou as encomendas e aguardava a recertificação, que começou a ocorrer em novembro passado, sendo hoje já recertificado no Brasil, Canadá, EUA e boa parte da Europa.
No entanto, sem previsão de recertificação na Rússia, que estaria menos interessada que a China na volta da aeronave, a empresa decidiu pelo cancelamento dos 20 jatos que, segundo o CEO da Pobeda, Andrei Kalmykov, “será sem nenhuma penalidade”.
A afirmação foi trazida pela a agência russa de notícias, a TASS. A não penalidade decorre do fato do projeto não ter sido recertificado na Rússia, o que impede da Pobeda de receber os jatos. Ela era também a única empresa aérea do país a ter encomendado o 737 MAX para renovar sua frota.
Ainda segundo a TASS, o chefe da autoridade de aviação civil russa, Alexander Neradko, informou que o processo de recertificação do 737 MAX será retomado depois que a pandemia passar, sem muita perspectiva de ocorrer ainda este ano.
