Seria a volta do “aeroterror”?

Preste atenção nesse short-report e tire suas conclusões.

Em 2007, o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, e o então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, estabeleceram uma rota direta entre as capitais dos dois países.

Uma iniciativa estranha, vista com grande desconfiança por toda a comunidade internacional.

A partir do acordo, e uma vez por semana, um Airbus A340 da companhia venezuelana Conviasa decolava de Caracas para Teerã com uma escala em Damasco, na Síria. Reportes confidenciais vazados contaram ao mundo que Chavez e Ahmadinejad se referiam ao voo como “Aeroterror”.

Em meio a inúmeras denúncias de que transportavam drogas, dinheiro, ouro e agentes, os voos foram cancelados em 2010.

O mais interessante nessa história é que não há reportes de passageiros que tenham voado nessa rota, bem como ela não estava disponível para compra no site da empresa ou em agências de turismo.

Quase uma década depois, o “Aeroterror” parece estar de volta.

No dia 7 de Abril de 2019, um Airbus A340-600 da Mahan Air, como o da foto acima, decolou de Teerã e pousou 16 horas depois em Caracas. Segundo fontes venezuelanas, no voo haviam oficiais iranianos, vindos especialmente para o lançamento da rota.

Uma semana antes do voo, o Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, visitou o Líbano e a Síria, onde encontrou-se com o Secretário do Hezbollah, General Hassan Nasrallah e com o ditador sírio, Bashal al-Assad, pedindo suporte ao regime de Nicolás Maduro.

É importante lembrar que a Mahan Air é banida em vários países da Europa e nos Estados Unidos desde 2011, por suportar o grupo terrorista islâmico IRGC. Analistas internacionais acreditam que os governos dos Estados Unidos e de países europeus deveriam colocar sanções com objetivo de cessar essa operação, incluindo a apreensão de aviões da Mahan Air. Assim como nos voos de 2007 a 2010, os voos de agora também não estão disponíveis para venda em nenhum canal.

Por anos, a Mahan Air encontrou meios de evadir as sanções americanas. Em Maio de 2015, a empresa adquiriu sete A340-600, que lhe ampliaram a frota de longo alcance, já que outras grande aeronaves estão paradas por falta de peças. É o caso de três Boeing 747, que estão depositados em Teerã por falta de peças de reposição, uma vez que a empresa é impedida de negociar com os fornecedores e uma usinagem mal feita poderia resultar em um acidente.

Texto com inspiração em várias fontes nacionais, internacionais e consultas ao site de empresas e governos envolvidos.

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