Setor de ground handling perde eficiência com a pandemia e redução dos voos

Durante o segundo e último dia do AirConnected DX 2020, um dos painéis tratou do tema Serviços de Transporte Aéreo: Desafios e Oportunidades para a Retomada – Ground Handling, com a moderação do presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo), Ricardo Aparecido Miguel. Em pauta, os impactos da pandemia no segmento de serviços em solo, intensivos de mão de obra, e as perspectivas de retomada, a espelho do que vem acontecendo na China e até na Europa.

Além do presidente da Abesata, também participaram do painel o Especialista em Regulação da ANAC Rodrigo Florio Moser, Renato Pinho, da fabricante de equipamentos aeroportuários TLD e o CEO da WFS-Orbital, Rubens Pereira Leitão Filho.

“O ground handling vive entre dois mundos: o da essencialidade para o transporte aéreo, exercendo papel fundamental para reconquistar a confiança dos passageiros na retomada, e o da invisibilidade, onde seus problemas acabam não tendo a devida atenção quando se fala de aviação”, disse Rodrigo Moser da ANAC, numa alusão ao volume de voos cancelados e operações reduzidas ao longo dos últimos meses.

Para Rubens Pereira Leitão Filho, o momento mais duro foi o inicial, com a necessidade de tomadas de decisão rápidas, diante da queda de receita e do peso de 80% dos custos com pessoal. O setor perdeu eficiência com a pandemia e hoje, com o esquema das necessárias conexões dos voos, precisa de mais profissionais para atender menos voos e ainda sofre com os preços pressionados para baixo pelos clientes.

De toda forma, é possível enxergar oportunidades. Para Leitão Filho, o maior volume de carga aérea é bastante positivo, assim como a perspectiva de termos novas companhias aéreas operando em curto espaço de tempo. “Estamos vendo positivamente também o fato de as empresas estarem buscando em nós, empresas de serviços em solo, a nossa especialização, e não apenas a pura e simples terceirização dos serviços”, concluiu o executivo.

O meio ambiente também sai ganhando com a pandemia. Para Renato Pinho, os equipamentos elétricos que já eram uma tendência se mostram perfeitos em tempos de redução das receitas, pois oferecem custos operacionais infinitamente menores. Pinho também vê com otimismo a retomada, uma vez que a empresa de presença global já sente o mercado na China, por exemplo, já nos níveis pré-pandemia.

Quem quiser assistir ao painel de ground handling pode ver abaixo:

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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