Nos Estados Unidos, as tensões seguem altas entre o setor da aviação e o das telecomunicações. E não apenas por lá, mas também outros países do mundo, como o Canadá e o Reino Unido, também já iniciaram essa disputa. Tudo por causa da polêmica em torno do 5G e sua potencial interferência nos equipamentos dos aviões comerciais.
Duas gigantes da telecomunicações, AT&T e Verizon, estavam programadas para ativar uma expansão dos serviços 5G no próximo mês, até que um aviso de última hora da FAA adiou o lançamento. Naturalmente, isso causou indisposição.
O que as grandes empresas de telecomunicações estão esperando é a ativação de uma faixa específica de frequências 5G – algo chamado Banda C. Juntas, AT&T e Verizon gastaram mais de US$ 68 bilhões para comprar os direitos da Banda C em um leilão no ano passado, então elas querem começar a ver o retorno desse investimento entrando de volta.
No entanto, para a FAA, acionar a Banda C poderia, teoricamente (não está totalmente comprovado cientificamente ainda), bagunçar potencialmente os altímetros dos aviões. Funções dos altímetros incluem ajudar os aviões a pousar com segurança em condições de baixa visibilidade, além de suportar o TCAS, sistema de prevenção a colisões durante o voo.
Tudo, por ora, está no campo da teoria. A indústria das telecomunicações defende que o espectro 5G já está em uso em muitos lugares do mundo e não há evidências sobre sua influência sobre os equipamentos das aeronaves mais modernas.
A FAA discorda, e com certa razão, pois defende que haja limitações ao 5G até que exista uma comprovação de que a banda de dados de velocidades ultra-rápidas não interferem na segurança do voo. No Brasil, ainda não há 5G, mas é certo que essas discussões também entrarão cada vez em mais pautas de reuniões.
