South African recebe propostas de investidores privados e novela ganha novo capítulo

O governo da África do Sul recebeu propostas de investidores da iniciativa privada com interesse em investir na companhia aérea estatal após sua restruturação. A South African Airways passa por um processo de reorganização pesado e já chegou, inclusive, a ter sua liquidação decretada, mas parece que seu destino sempre sofre uma reviravolta.

Apesar de não identificar nenhum dos supostos interessados, o Departamento de Empresas Públicas (DPE), do Governo da África do Sul, informou, através de comunicado na última terça-feira (23), ter recebido uma série de propostas para financiar uma nova companhia aérea nacional, que deverá surgir após o processo de resgate da SAA.

Tais propostas foram recebidas de fundos do setor privado, investidores em ações e potenciais companhias aéreas, afirma o DPE. O governo tem a intenção de buscar propostas credíveis de investimento e parcerias estratégicas com o setor privado, além de participação acionária dos funcionários. Esses parceiros também introduzirão conhecimentos técnicos, financeiros e operacionais, afirmou no comunicado o Departamento do Governo.

Segundo a Bloomberg, as manifestações de interesse acontecem menos de uma semana depois que os administradores que tentam salvar a SAA propuseram que o governo fornecesse um socorro de 26,7 bilhões de rands (rand, moeda local – US $ 1,5 bilhão) à aérea.

Ainda de acordo a Bloomberg, Tewolde GebreMariam, CEO do Ethiopian Airlines Group, declarou mês passado que a Ethiopian estaria preparada para ajudar as transportadoras atingidas em toda a África, embora nenhuma negociação tenha ocorrido com a SAA até o momento.

Proteção contra falência

A SAA foi colocada em recuperação em 6 de dezembro de 2019. Desde então, a empresa vem sendo efetivamente dirigida e controlada pelos Administradores de Recuperação de Negócios (BRPS). Porém, o governo sul africano tem sido crítico em alguns aspectos do processo.

No último dia 16 de junho, os administradores da recuperação apresentaram um plano de negócios ao Governo sul africano, e uma reunião de credores foi agendada para 25 de junho para discutir e votar o plano.

Segundo o Flight Global, este plano prevê uma frota modesta de 26 aeronaves, força de trabalho reduzida e foco em serviços regionais, com poucas conexões intercontinentais.

O governo sul africano, através do DPE, declarou que deseja uma companhia aérea com uma frota moderna e eficiente, com prestação de serviços domésticos e internacionais.

Para o DPE a companhia aérea deve ser centrada no cliente, com as rotas certas, nos momentos certos, ser composta por uma força de trabalho motivada e supervisionada por uma diretoria eficaz, competente e capacitada, com experiência em aviação adequada.

Ação judicial de concorrente

A SA Airlink, aérea regional privada, entrou com um pedido judicial para barrar uma reunião de credores, a princípio agendada para o dia 25 deste mês, que tem por objetivo discutir o futuro da SAA. Porém, conforme comunicado do DPE, o juiz Leicester Adams, do Supremo Tribunal de Gauteng, negou o pedido feito pela SA Airlink, para interditar a referida reunião.

Segundo o portal EWN, com potencial investimento privado na SAA, a SA Airlink, deseja que a transportadora nacional, sem dinheiro, seja colocada em liquidação provisória, e que o plano de recuperação seja encerrado.

Os credores deveriam votar no plano de resgate comercial durante a reunião inicialmente marcada para quinta-feira (25). Porém, segundo o portal Cape Talk, os credores decidiram por adiar a reunião para o próximo mês. Agora, os administradores da recuperação esperam que a reunião ocorra até o dia 14 de julho.

E assim segue a luta da tentativa de salvação da icônica companhia aérea sul africana, sem previsão de qual será o desfecho final dessa história, de uma das empresas mais conhecidas no planeta.

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