Parada total: South African suspende também voos de repatriação e de carga

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Em meio a seu processo de profunda reestruturação para tentar voltar às operações regulares, a companhia aérea South African Airways decidiu que não aceitará a realização de nenhum novo voo de repatriação ou de transporte de cargas.

Avião Airbus A330-300 South African Airways SAA
Imagem: Aero Icarus / CC BY-NC-SA

Segundo a Associated Press, a medida foi anunciada no final de setembro pela equipe de resgate de negócios (BRP – Business Rescue Practitioners) designada para gerenciar a empresa, depois que a estatal não conseguiu levantar os mais de 10 bilhões de rands (US$ 591 milhões) necessários para seu plano de recuperação.

Apenas os voos que já estavam programados seriam finalizados, mas nenhuma nova solicitação seria aceita a menos que o governo sul-africano providenciasse o aporte, seja com dinheiro público ou a partir de alguma fonte privada interessada no investimento.

A mudança também afeta pelo menos três das subsidiárias da South African, incluindo a companhia aérea de baixo custo Mango.

Segundo o jornal sul-africano The Sunday Times, até o final de agosto o governo do país havia sido procurado por 10 investidores interessados em firmar parceria, mas o anúncio recente do BRP indica que as negociações não avançaram.

A mais recente aproximação, já neste começo de outubro, se deu por parte da Ethiopian Airlines, que tentou um acordo diferente, através de uma parceria operacional (veja mais detalhes clicando aqui), mas até a presente data a South African não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade.

Avião Airbus A350-900 South African Airways SAA
Imagem: Adam Moreira (AEMoreira042281) / CC BY-SA

Como parte do processo de tornar a empresa atrativa para os investidores e operacional no curto-prazo, o Departamento de Empresas Públicas da África do Sul vem implementando um rigoroso corte de gastos na companhia.

Dos 3.700 empregados, pouco mais de 1000 estarão disponíveis para a nova fase da companhia. O restante será desligado. Como parte da reestruturação, a empresa que hoje tem 625 pilotos ficará com apenas 88, já que sua frota atual tem menos de 10 aeronaves, após uma devolução em massa nos últimos meses.

Além do corte de pessoal, rotas estão sendo redesenhadas para favorecer a África do Sul como porta de entrada para o continente africano, em uma malha mais enxuta. Se tudo der certo, a companhia poderá decolar, remodelada, em janeiro do próximo ano, com um novo padrão de serviços e tarifas.

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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