A Southwest Airlines quer aproveitar a retomada da demanda por viagens aéreas para investir em mais aviões menores, que podem incluir o Airbus A220.
Até aqui, a empresa low-cost tem demonstrado paciência com a situação do MAX, embora esteja claramente insatisfeita com os constantes atrasos em sua liberação. De fato, esse seria o único modelo de avião na frota da empresa no futuro, caso os acidentes não tivessem ocorrido.
Com a paralisação do jato, a Southwest viu toda sua renovação de frota sofrer uma parada brusca, aumentando os custos planejados. Depois, veio a pandemia, que mudou a dinâmica das viagens nos EUA e no mundo, fazendo com que novos planos fossem feitos.
737 MAX 7
Um dos pontos-centrais do futuro da frota da empresa está no 737 MAX 7 (ou como a Boeing vem chamando, 737-7). Esse avião, hoje, não tem muitos pedidos, sendo que a Southwest será sua maior operadora com apenas 30 unidades. A única outra empresa a comprar um lote dele foi a canadense WestJet, com 22 encomendas.
Hoje, a frota da empresa é preponderantemente montada em cima do 737-700. Atualmente, são 497 jatos 737-700 e 207 do modelo maior, o 737-800. Na geração MAX a situação irá se equilibrar, já que são 250 encomendas do MAX 8, mais de oito vezes que a do MAX 7.
O menor dos MAX substituirá o seu antecessor, o 737-700 NG que, assim como o MAX 7, terá a Southwest como cliente de estreia do modelo no mundo. Acontece que, como vimos acima, a frota da empresa tem quase quinhentos aviões do modelo 700, enquanto há apenas 30 encomendas do 737-7. Esse é o ponto onde pode acontecer uma reviravolta na frota da empresa.
A220
A Southwest já planejava avaliar, ao longo do tempo, como o MAX iria se comportar, para poder encomendar mais exemplares do modelo, mas essa decisão será antecipada para aproveitar o momento de bons preços imposto pela pandemia. Com tudo isso, a empresa sinalizou que a Airbus passa a ter chance na frota da aérea com o Airbus A220.
O jato é o antigo CSeries da Bombardier, cuja linha foi vendida para a Airbus e rebatizada de A220. Na sua versão maior, a A220-300 (CS300) pode levar até 160 pessoas, 12 a menos que o 737 MAX 7.
Em entrevista ao portal ThePointsGuys, Mike Van de Ven, chefe de operações da Southwest Airlines afirmou que a “decisão para escolher entre o Airbus A220 ou o MAX 7 para substituir o 737-700 será feita no próximo ano, com entregas em 2025”.
Os menores aviões da empresa permitiriam abrir rotas inéditas e que possuem uma demanda menor, o perfil ideal para o A220.
Ao admitir que a Airbus está participando oficialmente da “concorrência” é mais um sinal que a Southwest, que apesar de ser uma empresa 100% Boeing, não tem mais um time do coração e pode “virar a página” em breve.
