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SpaceJet da Mitsubishi tem novo nome, mas sofre de velhos problemas

Avião Mitsubishi SpaceJet
Mitsubishi SpaceJet

A Mitsubishi Aircraft está propondo um sexto adiamento no cronograma de entrega de seu avião de passageiros regional rebatizada Spacejet. A nova data ainda será definida no próximo mês.

Retrocessos no desenvolvimento do corpo da aeronave, anteriormente conhecido como Mitsubishi Regional Jet, retardou o processo de obtenção da chamada Certificação de Tipo, um pré-requisito para o voo comercial. A empresa-mãe Mitsubishi Heavy Industries procurou especialistas externos para ajudar a definir uma data de entrega para além do alvo que era meados de 2020 para o jato de 90 assentos.

Erros por inexperiência

A Mitsubishi lançou o projeto de aeronaves em março de 2008 com muita festa, visando desenvolver o primeiro jato comercial totalmente projetado e construído no Japão. A indústria aeroespacial, outrora vibrante do país, foi praticamente interrompida por uma proibição da produção de aeronaves pelos americanos no rescaldo da segunda guerra mundial. A indústria tem feito lentamente um retorno através da produção de peças, e o SpaceJet marcará uma re-entrada de pleno direito no negócio de aeronaves.

Mas o projeto tem sido “assombrado” com problemas decorrentes da inexperiência e falta de conhecimento que surgiu da longa ausência do Japão de desenvolver aeronaves inteiras.

Mitsubishi MRJ90

Enquanto o SpaceJet está passando por testes de voo, contratempos como defeitos de fiação afetaram o desenvolvimento de um protótipo final. Os atrasos igualmente surgiram no momento de entregar a documentação que deve ser revistos para a certificação do tipo pelo Ministério dos Transportes do Japão.

Queria levar a tocha

O “rebranding” para SpaceJet foi anunciado em junho passado, juntamente com uma versão menor de 70 lugares, a ser entregue em 2023. O quinto atraso, anunciado em janeiro de 2017, definiu o fim do projeto para meados de 2020 com um olho nas Olimpíadas de Tóquio, onde desejava transportar a tocha olímpica, mas agora esses planos estão em cheque.

Agora, a Mitsubishi Heavy se vêm num momento de pensar em fazer uma compensação pelo atraso aos clientes, já que empresas de aviação como a All Nippon Airways (ANA) têm que pensar em jatos substitutos. O fabricante japonês já colocou mais de US$ 5 bilhões no projeto e sofreu tensões como limitações de captação de recursos. Mais atrasos só piorarão a dor.

Enquanto isso, a Mitsubishi Heavy fechou um acordo em junho para adquirir as operações de jato regionais da Bombardier do Canadá, buscando melhorar seu próprio negócio de manutenção. Veja mais sobre isso abaixo:

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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