Superjet pousa duro com +2.64G, mas segue operando pois pilotos ‘não sentiram nada’

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Avião Sukhoi Superjet SSJ 100-95 Azimuth
Imagem: Anna Zvereva / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

A autoridade de investigação de acidentes e incidentes da Rússia, a Rosaviatsia, informou que um jato comercial Sukhoi Superjet 100-95 (conhecido como SSJ100 ou SU95) envolveu-se em um pouso bastante duro (o chamado “hard landing”), mas continuou operando normalmente porque os pilotos não teriam sentido nada fora do normal.

Segundo reporta o The Aviation Herald, a Rosaviatsia relatou que o primeiro oficial era o piloto voando a aeronave no voo da ocorrência, feito com o Superjet registrado sob a matrícula RA-89079, da Azimuth Airlines, quando realizando o voo de número A4-525 de Yaroslavl para Sochi, ambas na Rússia, no dia 16 de março.

A aeronave estava a instantes do pouso, cruzando cerca de 50 pés (15 metros) acima do solo, quando a taxa de descida aumentou, levando o comandante a intervir dando entradas de controle em seu manche, o que resultou em uma mensagem de “DUAL STICK INPUT” (entrada dupla de comando de stick) pelo sistema da aeronave.

Na sequência, o SSJ100 atingiu a superfície da pista 02 de Sochi com a força de +2.64G (2,64 vezes a força da gravidade, ou seja, uma carga sobre a estrutura como se o avião pesasse 2,64 vezes mais que seu peso comum) e, como resultado, saltou cerca de 5 pés (1,5 metro) para cima.

No segundo toque com o solo, o pouso foi feito primeiro com o trem principal direito e depois com o trem esquerdo, e houve um desvio para longe da linha central da pista, mas ainda permanecendo dentro do limite lateral da mesma. A aeronave prosseguiu sem mais incidentes.

Dados do histórico de rastreamento pela plataforma RadarBox mostram que a aeronave permaneceu em Sochi por cerca de 90 minutos, depois partiu para o voo seguinte e continuou a operar regularmente, completando um total de 8 setores, quando então permaneceu em solo em Rostov (Rússia) por cerca de 12,5 horas.

Depois, continuou os serviços ao longo do dia 19 de março, completando outros 4 setores, e então permaneceu no solo em Krasnodar (Rússia) por cerca de 3 dias e 11 horas (83 horas) até voltar a voar regularmente.

Quando entrevistados, os tripulantes relataram que não sentiram nenhum pouso duro e, portanto, não viram necessidade de relatar a ocorrência. Depois que soube do pouso forçado, a Rosaviatsia enviou técnicos para inspecionarem a aeronave e, após não encontrar nenhum dano, liberou-a para voltar ao serviço. Não há informações sobre em que momento dessa alternância de voos e paradas a inspeção foi realizada.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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