TAM poderá ser impedida de voar por incapacidade de pagar dívidas

A empresa aérea TAM tem passado por uma grave crise e desde Setembro de 2019 está com sua permissão para voar suspensa pelas autoridades de seu país, a Bolívia. A suspensão ocorreu devido às altas dívidas que a empresa tem com a Autoridade de Fiscalização de Telecomunicações e Transportes (ATT).

As informações foram dadas pelo Diretor-Geral da Aeronáutica Civil (DGAC), Boris Terán e publicadas pelo jornal Opinion. Segundo o diretor, a TAM já vinha passando por una grave crise nos últimos anos e havia retomado a autorização para voar em abril passado, quando lhe foi concedido o prazo de seis meses para quitar seus débitos. Sem conseguir se reerguer, a autorização foi novamente revogada em setembro.

Terán disse que o DGAC havia emitido o certificado de operador aéreo para a empresa, que é estatal, vale mencionar, porque concluiu legalmente todos os processos. “Ela estava operando havia cerca de seis meses, mas depois surgiu esse problema das dívidas com a ATT, mas não sabemos se eram da atual administração ou da anterior, quando operava como uma empresa militar.”

Por essa razão, a ATT retirou a autorização da empresa para voar nas rotas domésticas. Incapaz de operar ou gerar recursos, a DGAC optou por uma suspensão temporária de seu certificado como operador aéreo.

A parada da empresa foi criticada por setores que entendem que a empresa cumpria uma importante missão ao operar em locais remotos, onde as empresas maiores não querem operar.

Segundo Terán, a TAM discute com a ATT formas de pagar sua dívida, mas uma resolução para essa situação está cada vez mais difícil. Em seguida, caso um acordo seja atingido, a empresa precisará passar por uma recertificação, antes do DGAC lhe conceder um certificado de operador aéreo novamente.

O valor devido é desconhecido

O ministro das Obras Públicas, Ivan Arias, disse que a companhia aérea está concluindo seu processo de transformação em uma empresa pública e entrará para competir no mercado com a BOA, outra estatal – ainda que isso não faça muito sentido e com a AMAS.

Enquanto isso, a companhia vinha fazendo serviços de emergência com voos para Ixiamas e Apollo, áreas isoladas por deslizamentos de terra. Ela também o fará para Yacuiba “quando regularizar seus papéis”, disse Árias.

Setores ligados à movimentos sociais reclamam que o governo não está agindo com transparência ao não revelar o montante da dívida.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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