TAP deverá ser privatizada novamente após reestruturação, aponta consultoria

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Uma nova novela pode começar na TAP Air Portugal em breve, com a possível volta do controle da companhia a investidores privados.

Avião Airbus A330-200 TAP Air Portugal

A companhia portuguesa passava por sérios problemas financeiros e estruturais quando foi parcialmente privatizada em 2015, após um longo e demorado processo que contou até com uma célebre disputa entre os empresários brasileiros David Neeleman (Azul/JetBlue) e Germán Efromovich (Avianca/Oceanair).

Neeleman levou a melhor e, junto com um empresário português, deteve 61% da companhia através do consórcio Atlantic Gateway. De lá para cá a empresa se modernizou, renovou aeronaves e passou por uma grande mudança de serviço em terra e no ar. Mas o governo português sempre quis ter boa parte da companhia e forçou os empresários a venderem uma parte das ações, encerrando assim 50% com o Atlantic Gateway, 5% com funcionários e o restante com o governo de Portugal.

Os anos que se sucederam viram diversos atritos e dissonâncias entre a opinião dos investidores privados e a do governo, até que veio a crise do coronavírus para colocar fim a essa disputa da pior forma possível, levando consigo um pedaço da empresa. Ficou então decidido que a empresa seria re-estatizada, passando por uma reestruturação com diminuição de frota e corte de pessoal.

E assim foi feito. Os privados saíram de sua posição de controle, o brasileiro Neeleman deixou a empresa e o governo passou a controlar mais de 70% da companhia, aportando-lhe centenas de milhões de euros até o momento.

No entanto, nessa semana, segundo o Jornal de Negócios, António Bernardo, da consultoria alemã Roland Berger, disse num webinar que a empresa deve ser privatizada novamente no futuro. Segundo o especialista a TAP “está demasiamente politizada e os estados raramente são acionistas racionais”, se referindo às decisões tomadas por Portugal, como demorar a decidir o futuro do Aeroporto Internacional de Portela, em Lisboa.

Apesar da volta para a Azul ou David Neeleman ter chances remotas, António aponta que sim a TAP deve ser fundida ou comprada por outra grande empresa aérea: “Restruturação sim, mas o estado deve sair da TAP. Vai ter de entrar em movimentos de consolidação com a fusão ou compra por uma grande companhia aérea”.

Apenas neste ano, o governo de Portugal injetou €1,2 bilhão de euros na companhia portuguesa e a cifra irá mais que dobrar nos próximos anos:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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