Início Acidentes e Incidentes

Termina destruído o avião que testava nova propulsão a hidrogênio

Receba essa e outras notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.

Na última quinta-feira, 29 de abril de 2021, a aeronave de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da ZeroAvia, um Piper Malibu Mirage, fez um pouso fora do perímetro do aeroporto de Cranfield, em Bedfordshire, Inglaterra, durante um voo de teste padrão de rotina (registrado como ZeroAvia Test 86, e o 6º voo neste segmento de teste).

Segundo comunicado da empresa, a aeronave pousou normalmente sobre suas rodas em um gramado plano e quase parou, mas foi danificada quando o trem de pouso principal esquerdo e a asa esquerda atingiram um terreno irregular no final do campo, com o Mirage já em baixa velocidade.

Nota-se pela imagem do acidente que a asa esquerda foi completamente separada da fuselagem, e diversas outras áreas do avião foram bastante afetadas.

Todos os envolvidos saíram seguros e sem lesões. O incidente foi imediatamente comunicado à Agência de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB), e o Corpo de Bombeiros atendeu em solo, como é o procedimento padrão.

A empresa detalha que:

– o voo estava em conformidade com a rota de teste aprovada sobre o aeroporto;

– a integridade estrutural dos sistemas ZeroAvia foi mantida ao longo da sequência do incidente e não houve liberações indesejadas de hidrogênio ou elétricas e nenhum incêndio;

– após o pouso, a tripulação conseguiu proteger a bateria e liberar o hidrogênio com segurança dos tanques de bordo, seguindo o protocolo de segurança ZeroAvia;

– nenhum vazamento de fluido foi observado; e

– registros de dados completos foram preservados e serão usados ​​em investigação interna.

Como se nota por todos os detalhes acima, a empresa não fornece informações acerca de qual problema durante o voo teria gerado a necessidade do pouso fora do aeroporto.

Após o incidente do teste de voo, a ZeroAvia nomeou uma equipe de especialistas para conduzir a investigação interna. Esses indivíduos, liderados por Dominic Cheater, Chefe de Aeronavegabilidade da ZeroAvia, são independentes do projeto e operação do programa HyFlyer I do sistema de propulsão a hidrogênio.

Dominic possui ampla experiência em aeronavegabilidade, engenharia de teste de voo e segurança aérea. Ele tem experiência anterior com grandes nomes da indústria, como Babcock International como Chefe do Escritório de Aeronavegabilidade.

Além disso, a equipe inclui:

Christine Ourmieres-Widener, consultora sênior e membro do Conselho de Administração da ZeroAvia. Christine foi CEO de várias companhias aéreas e membro do Conselho de Governadores da International Air Transport Association (IATA);

Richard King, líder de política global da ZeroAvia, um piloto certificado que ocupou cargos importantes em organizações do setor de aviação, no Ministério da Defesa do Reino Unido e na Marinha Real;

Dr. Yousef Abdelli, CTO de Propulsão da ZeroAvia e ex-engenheiro-chefe do Grupo Liebherr e magniX; e

James Yapp, um engenheiro de teste de voo com ampla experiência na liderança de atividades de teste de voo.

“A equipe de investigação fará uma revisão completa do incidente em colaboração com o AAIB do Reino Unido, em linha com as melhores práticas e procedimentos da indústria. O AAIB investigará os eventos técnicos e operacionais do incidente, identificará suas causas raízes e garantirá que aprendamos com eles. O processo já está em andamento e compartilharemos mais quando estiver concluído”, declara a ZeroAvia.
 
Segundo a empresa, este incidente e a investigação que se segue irão, sem dúvida, interromper o programa de demonstração do HyFlyer de 6 lugares que estava chegando ao fim nas semanas seguintes.

No entanto, ela destaca que não espera nenhum impacto negativo no programa HyFlyer 2 de intenção comercial, visando aeronaves de 10-20 assentos, ou no programa de desenvolvimento de motores grandes, visando aeronaves de mais de 50 assentos.

Conforme anunciado há pouco mais de 1 mês, a ZeroAvia recebeu novos investimentos, com participação da British Airways, para o desenvolvimento de seu motor de 2 Megawatts de potência, voltado a aviões comerciais regionais de porte semelhante ao ATR, por exemplo. Relembre mais detalhes clicando aqui ou no título logo abaixo.

Sair da versão mobile