Thomas Cook em conversas de última hora para evitar o colapso

Até 150.000 turistas podem ser afetados, com 9.000 empregos britânicos em risco, enquanto a empresa procura US$ 200 milhões em fundos extras.

Segundo o britânico The Guardian, e empresa aérea turística Thomas Cook está mantendo conversas de última hora com os principais stakeholders nesse domingo, em uma tentativa de evitar um colapso que afetaria 150.000 turistas no Reino Unido e no exterior, além de colocar em risco 9.000 empregos mais de 10.000 empregos diretos.

A empresa corre o risco de entrar em inadimplência, a menos que encontre 200 milhões de libras em fundos extras. Em paralelo, o governo do Reino Unido se prepara para lançar um plano de resgate com nome de Operação Matterhorn.

O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, disse que o governo tem planos de contingência para os passageiros em caso de falha nas negociações de resgate e procurou tranquilizar os turistas de que eles não acabarão no exterior. No entanto, ele minimizou a perspectiva de um resgate do governo para a empresa.

Turistas reféns de dono de hotel na Tunísia

Uma reunião de urgência foi realizada em um escritório de advocacia de Londres, incluindo os credores de Thomas Cook e seu maior acionista, o conglomerado chinês Fosun. No mesmo momento da reunião, chegava uma reclamação de turistas em um hotel na Tunísia que relataram terem sido presos por seguranças, pois o hotel exigia dinheiro extra, temendo que Thomas Cook não pagasse.

Thomas Cook A321

A Thomas Cook continuou a tranquilizar os clientes preocupados no sábado à noite de que seus voos continuam operando normalmente e que todas as suas férias organizadas estão protegidas. No entanto, turistas no resort de praia Les Orangers, na cidade de Hammamet, perto de Tunis, disseram que seu hotel estava se recusando a deixar os hóspedes partirem enquanto exigiam dinheiro extra.

Ryan Farmer, de Leicestershire, disse ao programa Stephen Nolan da BBC que o hotel convocou todos os hóspedes à recepção “para pagar taxas adicionais, obviamente por causa da situação com Thomas Cook”. Com muitos turistas se recusaram a pagar com base no fato de já terem pago a Thomas Cook, os seguranças mantinham os portões do hotel fechados, recusando-se a permitir a saída ou a entrada de novos visitantes. “Não podemos sair do hotel. Eu descreveria isso exatamente como ser refém”, disse Farmer.

Thomas Cook no Brasil

No Brasil, a empresa está presente através da subsidiária alemã Condor, que tem apenas um voo semanal, aos domingos, para Fortaleza, com Boeing 767-300ER. No entanto, apesar de fazer parte do mesmo grupo, as operações da Condor não estariam sob risco nesse momento, o qual está concentrado na sua irmã, a britânica Thomas Cook Airlines.

Operando no Brasil desde 1995, a Condor, chegou a apostar no país para seu plano de expansão de longo prazo. No passado, a Condor mantinha uma operação muito mais abrangente no país, com múltiplos voos semanais ou fretados da Alemanha para Salvador, Recife, Natal e Rio de Janeiro, além de Fortaleza.

Embora o risco para os brasileiros seja baixo, quem tem passagens compradas com a empresa pode contata-los para confirmar o itinerário.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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