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Tirar máscara para identificação no aeroporto pode estar com os dias contados

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Em meio a diversas recomendações ou exigências de uso contínuo da máscara facial para maior proteção contra a pandemia de Covid-19, o processo de embarque nos aeroportos segue necessitando de retirada do equipamento. Essa dissonância, entretanto, parece estar com os dias contados.

Imagem: Inframerica

De acordo com as novas regras de segurança estipulada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelos governos de quase todos os países, o uso das máscaras é essencial para o controle e segurança da população, principalmente se tratando de ambientes fechados, como aeroportos e aviões.

Além disso, somos seguidamente alertados a higienizar nossas mãos, levar constantemente as máscaras reutilizáveis e, ao usá-las durante o dia, não remover e nem tocar nelas.

Mas como obedecer esse protocolo em pontos de revista e de identificação nos aeroportos, visto que os agentes têm que fazer o reconhecimento das pessoas mediante leitor biométrico ou até mesmo reconhecimento facial?

Hoje em dia, os passageiros que passam por esses pontos de checagem vêm sendo requisitados a retirar a máscara para o cheque de reconhecimento, colocando em risco a saúde do passageiro, do agente e das próximas pessoas que passarem por ali.

Essa discussão foi pauta da fala do Diretor de Biometria e Centro de Tecnologia de Identidade do Departamento de Segurança Interna (DHS), Arun Vemury, no Festival Mundial de Aviação. Segundo Vemury, a maioria das tecnologias para identificação e que precisam do rosto visível funcionam muito bem, “mas não é a solução ideal”.

Mesmo o risco da rotina de remover a máscara por alguns segundos para o reconhecimento da identificação apresentada no ponto de verificação sendo muito baixo, ainda sim vai contra o que é estipulado pelos órgãos de saúde mundiais e precisa ser revisto.

“Estamos trabalhando em uma série de esforços para ajudar a reduzir a quantidade de atrito, bem como o número de pontos de contato, que um viajante pode ter durante o processo de verificação de identidade”, disse Arun Vemury em seu discurso no festival.

Mesmo com todos os esforços que estão sendo feitos para criar tecnologias que identifiquem os passageiros sem que tenham que remover as máscaras, os resultados ainda estão longe do esperado.

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), sobre como poderia funcionar uma tecnologia de reconhecimento facial sem necessidade de retirar a máscara, teve resultados longe dos ideais, porém, que indicam um caminho promissor.

NIST pesquisa reconhecimento facial com máscara
Simulação de reconhecimento facial com máscara – Imagem: B. Hayes / NIST

Os principais algorítimos comerciais de reconhecimento facial com máscara tiveram uma taxa de erro variando entre 5% a 50% em comparação com uma taxa de erro normal, ou seja, na identificação sem a máscara, de 0,3%.

Olhando esses números pelo lado positivo, a grande maioria dos erros registrados foi com os chamados ‘falsos negativos’, ou seja, o algorítimo rejeitou uma identidade verdadeira, fato que rapidamente pode ser corrigido pelo agente. Os perigosos ‘falsos positivos’, aquele que o algoritmo reconhece como verdadeira uma falsa identidade, permaneceram estáveis e até caíram um pouco.

Ainda segundo o estudo preliminar, que teve seu resultado publicado em junho, alguns fatores são determinantes para a confusão das máquinas de identificação, como o tamanho das máscaras, formato e até a cor.

Vermury mostrou otimismo em sua fala ao citar a pesquisa, ressaltando que mesmo que a taxa de erro fique em 5%, isso significa que 95% dos passageiros não precisarão remover a máscara ao passar pelos pontos de identificação.

“A tecnologia central parece estar funcionando muito bem, então é provável que possamos verificar a identidade de algumas pessoas sem exigir que removam a máscara. Agora, esta não é uma solução 100% perfeita, mas pode reduzir os riscos para muitos viajantes, bem como para o pessoal da linha de frente que trabalha em aeroportos, que não precisa mais pedir aos viajantes para removê-las.”

Os estudos e pesquisas em torno do assunto vão continuar. Os números citados foram resultados de testes em máquinas com algoritmos desenvolvidos para reconhecimento facial sem máscara, mas o NIST trabalha agora em um algoritmo específico para reconhecimento facial com máscara e que deverá ser testado assim que estiver pronto.

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Claudio Brito
Apaixonado por aviação desde o berço como filho de comissário de bordo, realizou o sonho de criança se tornando comissário em 2011 e leva a experiência de quase 10 anos no mercado da aviação. Formado Trainer em Programação Neurolinguística, conseguiu unir suas duas paixões, comunicação e aviação.