Transporte aéreo ainda deve ter prejuízo de US$ 11,6 bilhões em 2022

Imagem: Marco Verch / CC BY 2.0, via Flickr

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) anunciou hoje suas perspectivas mais recentes sobre o desempenho financeiro do setor de aviação, apresentando resultados melhores em meio à crise da COVID-19, mas ainda de prejuízos pela frente:

• As perdas líquidas do setor devem cair para US$ 11,6 bilhões em 2022, após prejuízo de US$ 51,8 bilhões estimado neste 2021 (maior em relação ao prejuízo de US$ 47,7 bilhões estimado em abril). As estimativas de perda líquida de 2020 foram revisadas para US$ 137,7 bilhões (antes eram de US$ 126,4 bilhões). Somando os três anos, as perdas do setor em 2020-2022 devem atingir US$ 201 bilhões;

• A demanda (medida em RPKs – passageiros pagantes vezes quilômetros voados) deve ficar em 40% dos níveis de 2019 em 2021 e aumentar para 61% em 2022;

• O número total de passageiros deve chegar a 2,3 bilhões em 2021 e aumentará para 3,4 bilhões em 2022, que é semelhante aos níveis de 2014 e significativamente abaixo dos 4,5 bilhões de viajantes em 2019;

• Espera-se que a demanda por carga aérea continue robusta, com aumento de 7,9% em 2021 em relação aos níveis de 2019, atingindo 13,2% acima dos níveis de 2019 em 2022.

“A magnitude da crise da COVID-19 é enorme para as companhias aéreas. No período de 2020 a 2022, as perdas totais podem chegar a US$ 200 bilhões. Para sobreviver, as companhias aéreas reduziram os custos drasticamente e adaptaram seus negócios às oportunidades disponíveis. Isso fará com que o prejuízo de US$ 137,7 bilhões em 2020 seja reduzido para US$ 52 bilhões em 2021. E diminuirá ainda mais, atingindo quase US$ 12 bilhões em 2022. Já passamos pela pior parte da crise. Ainda temos problemas graves, mas o caminho para a recuperação começa a aparecer. A aviação está mostrando sua resiliência mais uma vez”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA.

O transporte aéreo de carga está apresentando um bom desempenho e, em 2022, as viagens domésticas ficarão próximas dos níveis anteriores à crise. O desafio está na recuperação das viagens internacionais, que continuam gravemente atingidas devido às restrições impostas pelos governos.

“As pessoas não perderam o desejo de viajar, como vemos pela forte resiliência do mercado doméstico. Mas elas estão sendo impedidas de fazer viagens internacionais por causa das restrições, incertezas e complexidade. Mais e mais governos estão vendo as vacinas como uma forma de sair desta crise. Concordamos plenamente que as pessoas vacinadas não devem ter sua liberdade de movimento limitada de forma alguma. Na verdade, a liberdade de viajar é um bom incentivo para que mais pessoas sejam vacinadas. Os governos devem trabalhar juntos e fazer tudo que estiver ao seu alcance para garantir a disponibilização das vacinas para quem quiser tomá-las”, disse Walsh.

Para a IATA, os governos devem ter como prioridades o restabelecimento da conectividade global, dos 11,3 milhões de empregos no setor da aviação (pré-COVID-19) e dos US$ 3,5 trilhões do PIB associados ao setor de viagens e turismo.

“A aviação é resiliente e criativa, mas a escala desta crise precisa de soluções que apenas os governos podem fornecer. O apoio financeiro foi vital para muitas companhias aéreas durante a crise. Muito deste apoio – cerca de US$ 110 bilhões – exige um retorno. Combinado aos empréstimos comerciais, o setor agora está cheio de dívidas. Não queremos esmolas, mas medidas de apoio salarial podem ser necessárias para reter profissionais fundamentais em algumas companhias aéreas até que os governos permitam viagens internacionais em grande escala. E alívios regulatórios – como a isenção na regra de slots enquanto o tráfego internacional se recupera – serão necessárias até 2022”, disse Walsh.

Informações da IATA

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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