As datas para a partida das últimas asas produzidas na história do Airbus A380, fabricadas em Broughton, no Reino Unido, foram reveladas.
O gigante avião de dois andares da fabricante europeia decolou pela primeira vez em 2007 com a promessa de ser o futuro das viagens aéreas.
De lá para cá, a Europa viu as enormes asas dos A380 serem regularmente retiradas de Broughton, em North Wales, por uma barcaça no rio Dee, e transportadas até o porto de Mostyn. Então, levadas de barco pelo mar até o litoral da França e depois para Toulouse para a montagem final.
Mas as encomendas do enorme jato de quatro motores logo se esgotaram. Os crescentes custos de combustível e o domínio das rotas de longo curso pelos bimotores econômicos de última geração esgotaram o sucesso do A380, até que em fevereiro passado a Airbus anunciou que o programa seria encerrado.
O último avião deve ser entregue em 2021, com a Emirates como cliente final. A companhia aérea árabe foi a grande responsável pela continuidade da produção até os dias atuais, uma vez que quase metade de todos os A380 produzidos são dela (em 31 de dezembro de 2019, haviam sido fabricados 242, e 115 eram da Emirates).
Datas finais definidas
As datas finais de entrega – se as condições de tempo permitirem – agora foram reveladas com base no cronograma da barcaça Deon River Craft (DRC) Afon Dyfrdwy, que carrega as asas.
Segundo informações do Natural Resources Wales, que controla o cronograma, a entrega do último conjunto de asas ocorrerá durante dois dias nesse início de fevereiro.
A programação atual indica que a primeira asa deve deixar Broughton às 8h20 da quinta-feira, 6 de fevereiro, demorando pouco mais de duas horas para chegar ao porto de Mostyn.
No dia seguinte, às 9h, a última asa deve partir e cumprir o mesmo ritual.
O capitão do porto, capitão S Capes, observou: “É provável que este seja o embarque final da asa do A380 e possivelmente a última vez que a RDC será vista no rio”.
Ele encerrará o transporte após uma década e meia de produção de asas de A380 em Broughton, um distrito que também viu o nascimento de clássicos da aviação como o De Havilland Comet e o militar Mosquito.
Ociosidade
Os chefes das plantas de produção agora estão discutindo o que fazer com a gigante fábrica, que é um dos maiores edifícios industriais do Reino Unido.
Ela não deve ficar vazia enquanto os atrasos das asas de outros modelos da Airbus aumentarem as taxas de produção – uma medida que deve garantir que as equipes de trabalho do A380 sejam mantidas, mas não será possível manter tudo como nos dias atuais quando a produção se normalizar.
