Um ano após resgate em jato da FAB, brasileiros se arrependem de ter saído da China

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Pouco mais de um ano após a Força Aérea Brasileira (FAB) ter feito sua mais longa missão, resgatando brasileiros na China em meio ao início da pandemia, alguns dos resgatados parecem estar arrependidos de terem saído de Wuhan.

Quem conversou com alguns dos brasileiros que estiveram no voo de resgate foram jornalistas do portal UOL, que descobriram que alguns deles nutrem um sentimento de arrependimento e precipitação, já que, segundo eles, a situação no Brasil se desenvolveu de maneira oposta ao que esperavam.

De qualquer forma, é impossível generalizar, uma vez que cada pessoa tem uma história e uma expectativa, então pode haver quem acredita que o resgate foi positivo. Mas os depoentes têm sua razão.

Como foi a operação

Na época, a operação da FAB, que foi a mais longa de sua história, enviou dois jatos Embraer E190 (VC-2) para a China com escalas nas Ilhas Canárias, Polônia e em Urumqi, uma outra cidade chinesa, antes de chegar em Wuhan, onde foi registrado o primeiro epicentro do vírus.

Segundo a FAB, foram percorridos 35.292 quilômetros por cada jato VC-2, no que foi chamada de Operação Pátria Amada. Tal missão especial resgatou 34 brasileiros e familiares, que ficaram em isolamento em Anápolis, após a chegada, antes de prosseguirem para a suas cidades definitivas no Brasil.

FAB Rota Retorno Wuhan Anápolis Embraer VC-2

A operação aconteceu sob pressão popular e comoção, num momento em que o mundo era atingido em cheio pela primeira onda da Covid-19, embora a Força Aérea não tenha por obrigação a repatriação de brasileiros, sendo essa uma missão especial e excepcional.

Naquela época, como as informações eram novas, havia a esperança de que o vírus ficasse limitado à China, já que o Brasil não tinha nenhum caso confirmado.

Epicentro

Mas o que se viu foi o contrário, já que o Brasil explodiu de casos e hoje, um ano depois, contabiliza 10 milhões de diagnósticos de Covid-19, com mais de 240 mil mortes, segundo o Worldometer. Enquanto isso, a China (cujos dados são altamente contestáveis e estão sendo questionados pela Organização Mundial de Saúde), registrou “apenas” 89 mil casos.

Segundo a matéria do UOL, dois brasileiros que estiveram na missão de resgate da FAB se dizem arrependidos. Um dos depoimentos, de uma modelo catarinense, diz que “todos falam que, se soubéssemos como o Brasil estaria hoje, não teríamos voltado para cá”.

Um analista mineiro, por sua vez, diz que “eles (os chineses) tiveram coerência. Quando foi preciso, fecharam tudo, foram radicais. Aqui no Brasil foi um caos total. Não havia conversa entre estados, municípios, governo. O presidente queria abrir, o resto queria fechar. Por isso a crise está se estendendo por tanto tempo”.

Em resumo

É difícil generalizar e cada um terá sua opinião sobre o resgate, uma pesquisa mais ampla entre os resgatados poderia identificar se essa é uma opinião da maioria. Considerando que os cientistas ainda estão tendo descobertas sobre o comportamento do vírus, àquela altura nem o mais especialista poderia dizer o curso dos fatos.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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