Uma “nova” South African Airways pode ser lançada em janeiro

Avião Airbus A330-200 South African Airways

O Governo da África do Sul está trabalhando com investidores do setor privado para reestruturar a South African Airways (SAA), a companhia aérea nacional do país. Conforme noticiado por nosso parceiro, Aviacionline, a previsão é que em janeiro de 2021 a companhia esteja voando novamente, com uma nova configuração administrativa, que pode resultar em drástica redução de pessoal e estrutura.

Segundo o jornal sul-africano, The Sunday Times, até o final de agosto, o Governo do país havia sido procurado por 10 investidores interessados em firmar parceria com a SAA. Já a rede de notícias Bloomberg atesta que quatro organizações empresariais mostraram propostas promissoras para a aquisição da companhia, o que levou o Governo a contratar o banco de investimentos Rand Merchand Bank (RMB) como assessor especial durante o processo de expansão da participação privada na companhia aérea.

O Governo busca entidades privadas interessadas em comprar a empresa aérea, que precisa de pelo menos R10 bilhões (US$600 milhões) para voltar a operar. Os investidores estariam interessados em uma remodelação do negócio, que incluiria a integração da SAA com as subsidiárias Mango Airlines e SAA Technical. A Ethiopian Airlines Group, dona da maior e mais lucrativa empresa aérea do continente africano, já havia manifestado interesse em assumir a concorrente sul-africana.

Cambaleante

A SAA não realiza voos comerciais regulares de passageiros desde março, quando as fronteiras da África do Sul foram fechadas no começo da pandemia do novo coronavírus. O Governo deseja que a South African retome as operações, mesmo que parcialmente, até o final deste ano, mas isso depende da recuperação da demanda pós-crise de Covid-19, além de uma captação de fundos bem-sucedida.

Como parte do processo de tornar a empresa atrativa para os investidores e operacional no curto-prazo, o Departamento de Empresas Públicas da África do Sul vem implementando um rigoroso corte de gastos na companhia. Dos 3.700 empregados, pouco mais de 1000 estarão disponíveis para a nova fase da companhia. O restante será desligado. Como parte da reestruturação, a empresa que hoje tem 625 pilotos ficará com apenas 88, já que sua frota atual hoje tem menos de 10 aeronaves, após uma devolução em massa nos últimos meses.

Além do corte de pessoal, rotas estão sendo redesenhadas para favorecer a África do Sul como porta de entrada para o continente africano, em uma malha mais enxuta. Se tudo der certo, a companhia poderá decolar, remodelada, em janeiro do próximo ano, com um novo padrão de serviços e tarifas.

Que seja um novo capítulo e não o fim da história dessa companhia de quase 90 anos, embora estruturar uma operação de US$600 milhões para voar com um punhado de aviões, enquanto possui um débito em aberto, não parece tarefa fácil.

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Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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