Início Empresas Aéreas

United Airlines deixou na mesa $1 bi de dólares por não cobrar taxa de remarcações

Receba essa e outras notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.

Um bilhão de dólares, o equivalente a R$ 5,59 bilhões, foi a cifra que a United Airlines deixou de contabilizar com remarcações de voo em um ano.

A mudança para o fim permanente da cobrança das taxas de alterações de voo foi liderada por Scott Kirby, CEO da United Airlines, no ano passado. Foi um movimento inédito feito no meio da pandemia, que atingiu fortemente as empresas aéreas.

Com muitas mudanças e cancelamentos por causa do fechamento das fronteiras e restrições sociais, as empresas se viram forçadas a não cobrar por remarcações e cancelamentos, mas a United foi além, e colocou uma regra permanente para isso. Logo depois, as concorrentes American e Delta seguiram a mesma medida.

Agora, numa conferência para líderes da indústria promovida pelo maior banco americano, o J.P. Morgan, e transcrita pelo portal Seeking Alpha, Scott falou do impacto dessa mudança no caixa da empresa: US$ 1 bilhão de dólares.

Ele afirmou que queria mudar isso desde 1998, quando estava num campo de golfe com um amigo que trabalhava com leilão de carros usados. Na época, ele era executivo da America West, que mais tarde se tornou a US Airways que depois foi comprada pela American Airlines.

“Perguntei ao meu amigo porque ele não voava conosco na America West, e discutimos sobre isso. Ele ia toda semana para o Sul da Califórnia, para Los Angeles, San Diego e o condado de Orange, para participar de leilão de carros. Ele comprava um carro, ou nenhum ou até 10 de uma vez só”, afirma o CEO.

E exatamente por causa dessa inconsistência de compras, o seu amigo comprava um voo mais tarde, mas com frequência ia mais cedo para o aeroporto para voltar para o Colorado.

“Se eu comprar 10 carros, demora seis horas para eu fazer a papelada, se eu não comprar nenhum, simplesmente vou embora para o aeroporto. E se eu quero embarcar no próximo voo e ir para casa, eu tenho que pagar uma taxa”, afirmou o amigo de Scott, apontando que a America West cobrava altas taxas de remarcação, e que não compensava para um empresário como ele, que voava quase todos os dias.

O CEO então falou como isso impacta a empresa: “Nós arrecadamos $1 bilhão em taxas de remarcação em um ano, então acabar com isso permanentemente é uma decisão de um bilhão. Eu não sei se esta decisão está afetando o comportamento do consumidor (aumentando sua fidelidade) porque este tipo de viajantes a negócios não voltou a voar ainda”, conclui Scott Kirby.

O executivo espera que com a retomada dos voos, a empresa recupere o mercado e também aumente sua participação ao fidelizar mais clientes corporativos que viajam com mais frequência, e que este $1 bilhão se pague em médio prazo.

Sair da versão mobile