A United Airlines anunciou que calculou um prejuízo de US$ 90 milhões no quarto trimestre de 2019 referente a suas operações para Hong Kong, uma vez que o baixo tráfego continua pesando na lucratividade e no valor das rotas.
O prejuízo calculado não diz respeito ao saldo do dinheiro gasto nas operações versus as receitas obtidas, mas sim ao custo de oportunidade. Ou seja, a companhia calculou que, com as condições atuais de demanda, os lucros futuros trazidos para valor presente não compensam os investimentos nas operações, gerando o saldo negativo de US$ 90 milhões a ser descontado nos balanços contábeis.
A crise de Hong Kong
A capital financeira asiática caiu no caos a partir do meio do ano passado, quando os manifestantes saíram às ruas para pressionar por mudanças políticas, no local onde a China cada vez mais afirmava sua autoridade (Hong Kong é uma região administrativa especial da China, mas luta para ter independência em suas tomadas de decisões das mais diversas naturezas).
A United Airlines sofreu com o tumulto em Hong Kong e com as manchetes que circularam por todo o mundo, afetando o tráfego nas rotas que operava para a cidade asiática a partir dos EUA.
Alterações de rotas
Segundo o Chicago Business Journal, inicialmente, a United suspendeu indefinidamente o serviço sem escalas do Aeroporto Internacional O’Hare de Chicago para Hong Kong, uma rota que a companhia aérea operava há décadas. Essa operação permanece suspensa desde o início de setembro.
Mas, apesar da turbulência contínua em Hong Kong, o United decidiu avançar com os planos anunciados anteriormente para adicionar um segundo voo diário sem escalas para o destino, partindo de seu principal hub de ligação com a Ásia/Pacífico, o Aeroporto Internacional de São Francisco (SFO).
O segundo voo foi lançado em outubro como previsto e continua a operar mesmo diante do anúncio do desconto de US$ 90 milhões no lucro do quarto trimestre.
Um porta-voz do United disse ontem, 8 de janeiro, que a companhia aérea não tem planos de suspender o segundo voo da São Francisco no momento, embora tenha dito repetidamente que se reserva o direito de fazer os ajustes em qualquer rota se necessário.
O porta-voz confirmou que a companhia aérea, no entanto, reduziu o serviço sem escalas e diário do Aeroporto Internacional Newark Liberty para Hong Kong para três voos por semana durante a temporada de inverno. Mas o voo diário será retomado na primavera.
Veja nas matérias a seguir mais implicações da crise da região chinesa, que afeta especialmente a Hong Kong Airlines, companhia local que emprega muitos aeronautas brasileiros:
