Vazamento no sistema anti-gelo obriga Embraer E190 da KLM a dar meia-volta

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Um avião modelo Embraer E190 da empresa regional holandesa KLM Cityhopper teve de retornar a Amsterdã, depois que os pilotos observaram a indicação de que haveria um vazamento no sistema anti-gelo da aeronave.

Aviões Embraer E175 E190 KLM Cityhopper
Imagem: KLM

Segundo informações do The Aviation Herald, e confirmadas por dados do Flightradar24, o incidente ocorreu durante o voo regular KL1601 do sábado (dia 23 de maio). Esse serviço faz diariamente a ligação entre a capital holandesa e o aeroporto de Fiumicino, em Roma, mas naquele dia teve um destino um pouco diferente.

Quando voava a 37.000 pés (~12.500 metros) de altitude sobre o território alemão, a tripulação decidiu que o melhor a ser feito era retornar para Amsterdã, depois que se notou um vazamento do sistema anti-gelo de uma das asas.

Apesar do risco muito baixo para a operação, a decisão de não continuar o voo até Roma apoiou-se a aspectos de manutenção, uma vez que, se continuasse o voo, a aeronave acabaria retida em Roma sem que houvesse mecânicos da KLM para resolver o problema. Além disso, o incidente limitaria a operação da aeronave em zonas que pudesse resultar na formação de gelo sobre as asas ou motor.

A rota do KLM Cityhopper E190 segundo dados do FR24

Após 25 minutos da notificação de vazamento, o Embraer E190 de registro PH-EZD pousou normalmente e foi removido para inspeção. Enquanto isso, os passageiros foram embarcados em outra aeronave do mesmo modelo e prosseguiram viagem rumo a seu destino, com um atraso de duas horas.

Sistema Anti-Gelo

O sistema anti-gelo de aeronaves comerciais modernas, como o Embraer E190, usa ar da sangria do motor para produzir aquecimento nas asas e na entrada de ar do motor, que são pontos críticos para a formação de camadas de gelo que, essas sim, podem comprometer a estabilidade da aeronave e a segurança do voo.

O anti-ice possui sensores que enviam a informação às unidades de computador responsáveis ​​pela ativação automática da sangria de ar do motor. Por dentro, o ar quente esquenta uma sonda que, por sua vez, derrete o gelo ou evita a sua formação nas superfícies aerodinâmicas. Funciona como a resistência de um aquecedor que você tem em casa, num exemplo simplista.

No caso da KLM, por alguma razão, um vazamento nessa sangria fora detectado e obrigou o retorno. As causas e os efeitos ainda estão sendo investigados.

Nota: existem outros mecanismos de anti-congelamento para as sondas de medição de velocidade e altitude, etc, mas esses não foram explorados aqui nesse artigo, já que não tiveram relação com o incidente da KLM.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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