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A estatal venezuelana Conviasa lançou na segunda-feira, 14 de dezembro, seus voos diretos de Caracas para Moscou. Dadas as fronteiras fechadas, o voo não chegou a ser colocado à venda, mas isso não impediu sua inauguração. Segundo o PSUV, a operação inicial teria tido um caráter cargueiro, de fomento ao comércio internacional.
O partido socialista comenta que o objetivo foi enviar amostras de café, cacau e frutos do mar à Federação Russa a fim de promover a exportação e impulsionar o aparato produtivo da Venezuela. O vice-ministro de Transporte Aéreo e presidente da Conviasa, Ramón Velásquez Araguayán, indicou que estão em negociações para abrir operações entre Venezuela, Rússia e China em meados de 2021.
“Vamos transportar passageiros e outros produtos que estão sendo oferecidos pelo nosso país para garantir o crescimento da economia, não só nas exportações, mas também na importação de matérias-primas”, frisou. Ele confirmou que a companhia aérea de bandeira venezuelana executará voos diretos Caracas-Moscou-Caracas, com duas frequências semanais.
“Simplesmente esperamos que as fronteiras de Moscou a Caracas sejam formalmente abertas com todo o protocolo de biossegurança, para dar início a essa troca de produtos e matérias-primas, além de passageiros, que é o núcleo da companhia aérea”, enfatizou Araguayán.
Voo teve perna para o Irã
Segundo dados do FlightRadar24, a operação inaugural foi realizada com o Airbus A340-200 matriculado YV1004. Após pousar em Moscou no dia 15 de dezembro, o jato fez um bate-volta para Teerã no mesmo dia, antes de voltar de Moscou para Caracas.
Talvez essa rota Caracas – Moscou – Teerã – Moscou – Caracas seja a esperada pelo governo venezuelano, conforme anúncio recente. O vice-ministro de Transporte Aéreo também se referiu à formalização de voos para Teerã, no Irã, destacando que “é um destino onde a quantidade de suprimentos, medicamentos e material estratégico é muito importante para o país”.
Os esforços da Conviasa para estabelecer um serviço comercial regular a esses países fazem parte de planos mais amplos do governo para desafiar as sanções, abrindo novas ligações comerciais, financeiras e de tráfego de passageiros com os países aliados.
Os planos da Conviasa dependem de garantir um terceiro Airbus A340 e até três Airbus A340-500, que têm alcance para voar direto de Caracas para a Rússia, Irã, Turquia e China. A transportadora está entre as entidades estatais venezuelanas sujeitas às sanções norte-americanas, o que pode deixar o processo de aquisição de novas aeronaves muito mais complicado.
As passagens para os voos a Moscou e Teerã não puderam ser encontradas para venda no site da empresa.