Virando o avião a 90º, COMAC mostra em vídeo o C919 fazendo ensaio em voo

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Vídeo Ensaio em Voo COMAC C919

A fabricante chinesa COMAC (Commercial Aircraft Corporation of China) divulgou interessantes imagens de um dos voos de ensaio que está executando com as primeiras unidades do novo jato comercial C919. Já são 6 exemplares construídos para os testes.

A aeronave busca concorrer no disputado segmento das famílias Airbus A320 e Boeing B737. Seu programa de desenvolvimento foi lançado em 2008, e a produção do protótipo começou em dezembro de 2011, com o primeiro exemplar pronto em 2 de novembro de 2015. Seu primeiro voo decolou em 5 de maio de 2017 e as primeiras entregas comerciais são esperadas para o ano que vem para a OTT Airlines, subsidiária da China Eastern Airlines.

No vídeo que ganhou a internet e as redes sociais nesta quarta-feira, o piloto do C919 testa as características de manobrabilidade do avião ao colocá-lo em uma atitude de 90º de bank angle (ângulo das asas em relação à horizontal) por alguns instantes, retornando então para a atitude inicial. Veja as imagens a seguir (ou clique aqui caso o vídeo não carregue em seu dispositivo):

Interessante notar a similaridade da cabine de comando da aeronave com os jatos modernos da aviação mundial, apresentando telas digitais e controle por sidestick, mas, vale lembrar que o projeto chinês tem enfrentado grandes problemas.

Em 2018, vieram à tona revelações de que a COMAC não havia levado em consideração os requisitos ocidentais de certificação, de forma que estava encontrando dificuldades para adequar o projeto às normas da agência norte-americana de aviação (FAA). Sem uma aprovação da FAA, que possivelmente seria seguida de uma recusa também da europeia EASA, a aeronave estaria fadada a ter suas vendas limitadas a clientes de mercados regionais no ocidente.

Posteriormente, já em janeiro deste ano de 2020, uma nova problemática ganhou destaque, quando se descobriu que os engenheiros do projeto do C919 teriam enviado dados errados sobre a aeronave para o fabricante dos motores. Dessa forma, os propulsores desenvolvidos não seriam capazes de fornecer o desempenho originalmente pretendido (clique aqui para rever os detalhes dessa situação).

Até maio passado, o C919 acumulava cerca de 815 pedidos de 28 diferentes clientes, porém, em sua grande maioria, companhias aéreas chineses.

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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