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Esses tempos de crise têm se mostrado desafiadores em vários sentidos. Sob a ótica financeira, as empresas têm sido obrigadas a fazer malabarismos para manterem-se em pé enquanto seus aviões estão no chão, do outro lado, sob o prisma operacional, as fronteiras fechadas ao redor do mundo resultam em voos ultra-longos de muitas horas, longe da imaginação de muitos.
E mais um desses voos aconteceu nessa semana, dessa vez envolvendo uma aeronave Boeing 777-300ER da Virgin Australia. Na manhã de terça-feira (14), a aeronave de matrícula VH-VPD partiu de Paris e voou sem escalas até a costa leste australiana, vindo a pousar em Brisbane somente na quarta-feira à tarde.
O tempo total de voo foi de 19 horas e 45 minutos, ou 26 minutos a mais do que o voo Londres-Sydney da Qantas, em novembro de 2019, apesar da distância ser menor. A distância de Paris para Brisbane é de 16.532 km em linha reta.
No entanto, o que tornou esse voo possível foi o fato dele estar totalmente vazio, uma vez que a aeronave voltava de uma operação de repatriação de Auckland a Hong Kong e Paris, em nome do governo francês. Portanto, esse não foi um voo com passageiros e não pode ser comparado com os voos do Projeto Sunrise da Qantas.
Embora o “recorde”, não é um momento para comemorar. Por conta da pandemia, a companhia aérea Virgin Australia está numa situação financeira muito complicada, com um alto endividamento e analistas acreditando que a empresa não sobrevive sem ajuda do governo. Nesta sexta-feira (17), seu rating de crédito foi rebaixado para CCC-, um dos piores que existe, e suas ações já caíram 97%, tendo sido retiradas da negociação da bolsa de valores local.
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