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Voando a baixa altitude, A320neo da Azul que bateu a cauda na pista é levado ao Rio para reparos

Na semana passada, um Airbus A320neo da Azul Linhas Aéreas, matrícula PR-YRQ, sofreu um tailstrike no momento do pouso no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Tratou-se de uma situação incomum em que a cauda da aeronave acertou a pista de pouso, resultando em alguns danos aparentemente superficiais na fuselagem. Desde então, a aeronave tem estado fora da malha aérea da empresa, por necessidade de perícia e reparos.

Segundo dados recentes, obtidos do FlightRadar24, o avião foi trasladado para o Rio de Janeiro no dia 21 de outubro, sob o código de voo especial AD9801, onde será inspecionado nas oficinas da TAP Engenharia e Manutenção, localizadas no Aeroporto do Galeão.

Uma característica que se destaca nesse voo de traslado foi a baixa altitude em que o avião permaneceu enquanto estava em cruzeiro. Diferente de operações-padrão na rota SP-Rio, em que a aeronave sobe a mais de 20 mil pés (~6 mil metros), nesse voo o jato seguiu seu trajeto mantendo-se nivelado a apenas 9.000 pés (~2.700 metros). O pouso no Rio aconteceu às 18h30, aproximadamente.

Rota do voo AD9801 em 21 de outubro – FlightRadar24

Voos em menor altitude resultam em um menor diferencial de pressão ‘externa x interna’ e, portanto, forçam menos a fuselagem da aeronave, que pode estar danificada em razão da colisão com o solo. Outra questão relacionada com a performance foi a velocidade, que se manteve estável em cerca de 320 nós, também abaixo do padrão para a rota.

Em situações de tailstrike, a equipe da manutenção estabelece um perfil de voo baseado em critérios técnicos que assegurem a integridade do equipamento. Na verdade, se os danos houvessem sido maiores, certamente a aeronave nem decolaria para o Rio. Por haver voado a 9.000 pés, é provável que a aeronave não estivesse pressurizada, apesar dessa informação não ter sido confirmada.

Dados de altitude e velocidade da aeronave no traslado – FlightRadar24

Relembre o caso

No dia 17 de outubro, o PR-YRQ acertou a pista do aeroporto de Campinas enquanto realizava o voo AD6970, proveniente de Recife. O evento aconteceu às 16h36 locais e, desde então, a aeronave não voltou mais a vorar. No fim de semana, surgiu uma programação de voo para São José dos Campos, provavelmente objetivando reparos na Digex, mas isso não aconteceu e a aeronave permaneceu em Campinas até o traslado para o Rio.

Na aviação, o “tailstrike” ocorre quando a cauda de uma aeronave atinge o solo ou outro objeto fixo. Isso pode acontecer tanto na decolagem, quando o piloto gira o nariz para cima muito rapidamente ou num ângulo acima do esperado, quanto no pouso, quando o piloto mantém o nariz muito alto durante a aproximação final.

Mais informações sobre o caso podem ser encontradas na matéria abaixo:

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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