Um voo da Allegiant Air, nos Estados Unidos, está sendo chamado pela imprensa de “viagem dos infernos” depois de durar 15 horas a mais do que o planejado inicialmente. A low-cost norte-americana é conhecida em avaliações na internet pelos baixos preços, mas também serviços que às vezes justificam a expressão “o barato sai mais caro”.
Um caso que deixou muita gente irritada, embora a empresa não tenha culpa, aconteceu recentemente.
O voo 161 da Allegiant Air, decolou no dia 12 de julho de Las Vegas, Nevada, com destino ao aeroporto de Stockton, na Califórnia. O tempo previsto para percorrer os 827 quilômetros que separam as duas cidades era de 1 hora e 14 minutos. Mas o pouso programado para ocorrer às 21h30 só foi acontecer às 14h no dia seguinte, terça-feira, 13 de julho, com mais de 15 horas de atraso.
De acordo com o apurado pelo One Mile At Time, o avião se aproximou do destino final no momento em que a torre de controle de tráfego aéreo de Stockton estava com operações restritas, o que ocorre todas as noites.
Isso sozinho não impediria o pouso, já que o aeroporto poderia receber excepcionalmente o voo, mas um problema no Sistema Automatizado de Observação de Superfícies (ASOS), equipamentos que fornecem informações meteorológicas, ainda não estava resolvido, o que impediu a aterrissagem.
O comandante decidiu retornar para Las Vegas, mas uma tempestade mais forte que o esperado fechou o terminal para pousos. O piloto decidiu esperar o aeroporto reabrir e orbitou o local por mais de três horas.
Com o combustível no fim, sem informações precisas sobre liberação da aterrissagem, ele seguiu para Los Angeles. Lá, os passageiros foram desembarcados e receberam um voucher de US$ 250 para alimentação.
Sem nenhuma acomodação foi disponibilizada pela companhia, muitos passaram a noite no aeroporto. Stockton fica a pouco mais de 540 quilômetros de Los Angeles, o que representaria cerca de seis horas de ônibus. A companhia, contudo, não liberou transporte rodoviário e os passageiros tiveram que esperar mais 11 horas até o embarque ser liberado e a viagem, enfim, concluída.
A Allegiant Air não comentou os problemas. Como a legislação norte-americana não obriga que as empresas aéreas forneçam alimentação e acomodação para passageiros em caso de atrasos, tampouco alternativa terrestre, a postura da companhia em fornecer voluntariamente os voucher foi até elogiada por especialistas ouvidos pela imprensa.